Covid-19. Professores pedem adiamento do início das aulas em Cabo Verde

O presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep) cabo-verdiano, Jorge Cardoso, defendeu o adiamento do início das aulas do segundo trimestre, que acontece hoje, face ao crescimento da pandemia de covid-19.

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Lusa
06/01/2022 09:59 ‧ 06/01/2022 por Lusa

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Pandemia

"No nosso entendimento, o Ministério da Educação ao invés de fazer a abertura das aulas [hoje], deveria fazer a higienização em todas as escolas nesse dia e fazer a abertura na próxima semana", afirmou o dirigente, em declarações à Lusa, justificando a posição com os "casos alarmantes" de novos infetados com covid-19.

O presidente do Sindep afirma que apesar da alta taxa de vacinação contra a covid-19 entre adultos -- mais de 70% com a vacinação completa, segundo dados do Ministério da Saúde -, nem todos os alunos com idade superior a 12 anos estão já vacinados.

"Nas escolas secundárias temos jovens que conseguiram fazer a vacinação por causa das festas de fim do ano, devido às exigências do cartão de vacina, mas para os que têm menos idade nem todos aderiram à campanha da vacinação", realçou Jorge Cardoso, referindo também que existem casos de professores que ainda não estão vacinados com as duas doses.

Atualmente, Cabo Verde já tem disponível a administração da terceira dose, de reforço, para todos os adultos e está igualmente a vacinar contra a covid-19 as crianças e adolescentes entre os 12 e os 17 anos, neste caso com uma taxa de 47%, segundo dados oficiais.

O ministro da Educação de Cabo Verde, Amadeu Cruz, garantiu na quarta-feira no parlamento que as aulas serão retomadas esta quinta-feira no país, apesar do forte agravamento da pandemia nos últimos dias.

"Informar que as aulas do segundo trimestre terão início amanhã, dia 06 de janeiro. Eu quero saudar os professores, os alunos, toda a comunidade educativa e desejar um bom ano", afirmou Amadeu Cruz.

De acordo com o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na quarta-feira, os laboratórios de virologia do arquipélago processaram 3.281 amostras em 24 horas, que confirmaram um recorde de 1.397 novos infetados, uma taxa de positividade global para o novo coronavírus de 42,6%.

O país tem registado nos últimos dias recordes diários de novos infetados com o novo coronavírus e confirmou na terça-feira a presença da variante Ómicron a circular no arquipélago.

"As aulas vão ter início num contexto marcado pelo crescimento da pandemia, mas estamos a tomar medidas, em articulação com o Ministério da Saúde, no sentido de garantir as condições de segurança sanitária e de manutenção de todas as outras condições para termos as escolas a funcionar dentro de alguma normalidade, neste contexto da covid-19", afirmou Amadeu Cruz, sem adiantar mais pormenores.

Para o presidente do Sindep, esta garantia do Governo foi feita sem a realização de contactos com os professores e ou com a comunidade educativa.

"Não acreditamos nessa afirmação, de todo modo esperamos que não venham a acontecer casos que implicam o enceramento das escolas", frisou Jorge Cardoso.

De acordo com o mais recente mesmo boletim epidemiológico, de quarta-feira, subiu para 355 o acumulado de óbitos por complicações associadas à covid-19 em Cabo Verde, que conta com um acumulado de 45.989 casos de infeção pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, desde 19 de março de 2020 (quando foi diagnosticado o primeiro infetado no arquipélago), distribuídos por todos os 22 municípios das nove ilhas habitadas.

O arquipélago regista 5.068 casos ativos de covid-19 e soma 40.539 casos considerados recuperados da doença, enquanto dois infetados estrangeiros foram transferidos para os países de origem.

A covid-19 provocou 5.456.207 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em diversos países.

Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países.

Leia Também: Quase metade dos menores cabo-verdianos voltam hoje à escola vacinados

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