"Estamos confrontar-nos com um aumento vertiginoso do número de casos na sociedade de uma forma geral e muito em particular nos profissionais de saúde nas diferentes especialidades de intervenção sanitária," afirmou hoje o ministro da Saúde, Edgar Neves.
O governante não especificou o número de profissionais de saúde que estão infetados, mas garantiu que o Governo está a "erguer forças, mobilizar recursos, melhorar a organização" para "responder a esta pandemia sem entrar em pânico".
Segundo Edgar Neves a variante Ómicron foi confirmada no país pelos laboratórios nacionais entre 19 e 21 de dezembro com base nas previsões anteriormente avançadas tendo em conta o aumento de casos registados a partir de meados daquele mês.
O ministro da Saúde precisou que estão a ser vacinadas apenas viajantes e pessoas doentes que recorrem ao hospital ou centros de saúde com sintomas suspeitos.
"Dividimos o sistema de feitura dos exames laboratoriais e os viajantes fazem nos laboratórios privados [...] o laboratório nacional de referência que estava sobrecarregado, dedica-se exclusivamente aos doentes," explicou o governante.
Edgar Neves avançou que se for feita a testagem massiva da população vai verificar-se "um crescimento exponencial" de casos que poderão aumentar até "cinco vezes mais deste número de infetados" que se tem registado atualmente.
"Temos que vacinar ao máximo!" exortou Edgar Neves, garantindo que o país tem disponível milhares de vacinas da Astrazenca, Moderna, Johnson & Johnson e Sinovac, prevendo receber nos próximos tempos as vacinas da Pfizer.
"Temos vacinas, temos vacinadores, temos a estrutura organizacional devidamente montada para vacinarmos o máximo da nossa população, sabendo que iremos alagar o leque à população mais jovem entre os 12 e os 17 anos que também começarão a ser vacinadas a partir do dia 18 de janeiro", precisou, Edgar Neves.
Segundo o Boletim Diário divulgado hoje pelo Ministério da Saúde, São Tomé e Príncipe registou o recorde de 117 infeções pelo SARS-CoV-2, sendo 108 na ilha de São Tomé e 09 na ilha do Príncipe.
No início desta semana as autoridades anunciaram três mortes associadas à covid-19, incluindo uma menor de dois anos.
Os dados divulgados hoje indicam que o arquipélago tem 392 pessoas sob vigilância.
Destes, cinco encontram-se internados em São Tomé e 387 encontram-se em isolamento domiciliário -- 356 na ilha de São Tomé e 31 na ilha do Príncipe.
No total, desde o início da pandemia, o país regista 4.151 casos de infeção, que resultaram em 61 mortos e 3.698 recuperados. São Tomé e Príncipe administrou 146.279 doses de vacina - 88.162 pessoas têm a primeira dose e 58.117 têm o esquema vacinal completo.
A covid-19 provocou 5.456.207 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em diversos países.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
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