EUA. Trump ataca senador mas fica isolado no partido republicano

Como costume, o antigo presidente insultou um republicano que defendeu os factos da eleição de 2020. Mas desta vez, o partido não acompanhou Trump.

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© Patrick Semansky/AP Photo/Bloomberg via Getty Images

Hélio Carvalho
12/01/2022 12:36 ‧ 12/01/2022 por Hélio Carvalho

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EUA

O antigo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, voltou a atacar um colega republicano por este constatar que a eleição de 2020 foi ganha, de forma clara e justa, por Joe Biden. Mas desta vez, fê-lo sozinho.

Mike Rounds, senador pelo estado do Dakota do Sul, disse numa entrevista à ABC, de forma inequívoca, que "a eleição foi justa, a mais justa que já vimos".

"Nós, republicanos, simplesmente não ganhamos a eleição para a presidência", rematou.

Trump, agora sem redes sociais, voltou ao método adotado recentemente para expressar os seus desagrados: em comunicado, através da porta-voz Liz Harrington.

No comunicado, o magnata e antigo líder dos EUA insultou duramente Rounds, acusando-o de ser "idiota", "ineficaz" e perguntou ainda: "Ele é maluco ou apenas estúpido?".

Mas, mais de um ano desde a insurreição no Capitólio contra o resultado das eleições, os republicanos no poder estão a seguir em frente sem Trump e sem apoiar os seus ataques contra aqueles que apelida de RINOs (republicanos apenas em nome).

Mitch McConnell, o líder dos republicanos no Senado e uma das figuras mais importantes do partido, defendeu Mark Rounds numa entrevista à CNN, afirmando que o senador do Dakota do Sul "contou a verdade sobre o que aconteceu nas eleições".

Rounds não é um senador muito mediático e está longe de ter o perfil público de outros colegas republicanos no senado, como Marco Rubio, Ted Cruz, Mitt Romney ou o já mencionado McConnell.

Ainda assim, o partido rapidamente apoiou Rounds. À CNN, outros senadores republicanos como Kevin Cramer (Dakota do Norte) ou Shelley Moore (Virgínia Ocidental), ambos alvo de ataques por defenderem o resultado em 2020, vincaram a necessidade de o partido esquecer Trump.

"Se queremos ter uma maioria em 2023, temos de articular o que vamos fazer no que diz respeito ao futuro do povo americano", disse Cramer.

Apesar de ter saído da Casa Branca há mais de um ano, Donald Trump continua a apontar para um segundo mandato à frente do país. O ex-presidente, mesmo a braços com a justiça devido ao seu envolvimento no ataque ao Capitólio, continua a fazer comícios, a planear uma candidatura, a criar a sua própria rede social, contando ainda com uma base de apoio muito forte nas faixas mais conservadoras do partido republicano.

Leia Também: Capitólio: Democratas assinalam quase sós primeiro aniversário de ataque

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