A Rússia, o país mais atingido na Europa pela pandemia da covid-19, tem apenas duas semanas para se preparar antes de ser atingida pela variante Ómicron do SARS-CoV-2, disse hoje o Presidente russo, Vladimir Putin.
"Vemos o que está a acontecer no mundo, isso mostra-nos que temos cerca de duas semanas para nos preparar", disse Putin, que pediu a aceleração dos testes e da vacinação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou na terça-feira que mais da metade dos europeus poderão ser infetados com a Ómicron nos próximos dois meses.
A Rússia está a sair de uma onda particularmente mortal causada pela variante Delta do novo coronavírus.
Por enquanto, as autoridades russas lutam para convencer a população a ser imunizada contra o vírus.
"Obviamente, (a vacina) Sputnik-V é eficaz o suficiente. Talvez até mais do que outras vacinas usadas no mundo", acrescentou o Presidente russo, numa reunião do Governo transmitida pela televisão russa.
"É evidente que hoje estamos numa situação muito complicada, no limiar de possíveis novos surtos, ainda mais depois dos feriados prolongados (Ano Novo). Isso não vai deixar de influenciar a situação epidémica no país", disse Putin.
A Rússia registou 17.946 novos casos do SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, um recorde desde o início do mês, informou o centro de combate à pandemia do novo coronavírus, que relatou um aumento das infeções pelo terceiro dia consecutivo.
Nas últimas vinte e quatro horas no país registaram-se 745 mortos relacionados com a covid-19 e um total de 26.346 doentes recuperados desta doença. O país registou, pelo sexto dia consecutivo, menos de 800 óbitos devido à covid-19.
A Rússia registou já 10.702.150 infetados e 318.432 mortos, embora os números oficiais de excesso de mortes no país dupliquem este número de óbitos.
A vice-primeira-ministra russa, Tatiana Golikova, informou hoje que 698 casos da variante Ómicron já foram detetados no país, mais do dobro do número contabilizado na terça-feira (305).
O Executivo russo está a preparar uma série de medidas, que serão anunciadas até ao final desta semana, disse Golikova.
Alexandr Ginzburg, diretor do Centro Gamaleya, que desenvolveu a Sputnik V, assegurou hoje que essa vacina, como outras, não precisa ser modificada para lidar com a variante Ómicron.
De acordo com os últimos dados oficiais disponíveis em 06 de janeiro, um total de 75.113.883 pessoas têm o esquema vacinal completo na Rússia, o que representa uma imunidade de grupo de 62,6%.
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