Dez mil soldados russos em manobras nas fronteiras com Ucrânia e Geórgia
Mais de 10.000 soldados russos participam a partir de hoje em manobras táticas em campos militares próximos das fronteiras com a Ucrânia e a Geórgia, indicou o Distrito Militar do Sul.
© Reuters
Mundo Rússia/Ucrânia
Os campos situam-se em regiões como Rostov, limítrofe com as regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk (Donbass) e Krasnodar, separada da península da Crimeia pelo estreito de Kerch, refere o comunicado militar.
Realizar-se-ão também exercícios em perímetros militares das regiões separatistas georgianas da Abcásia e Ossétia do Sul, cuja independência foi reconhecida por Moscovo em 2008, bem como da Arménia, onde a Rússia conta com uma base militar.
Trata-se de divisões motorizadas que tomarão parte nas manobras táticas em mais de 20 campos militares, vários deles em repúblicas do Cáucaso, como a Tchetchénia.
O exército russo já tinha anunciado na terça-feira manobras de tiro em três regiões vizinhas da Ucrânia, com a participação de mais de 3.000 soldados, além de tanques e blindados.
Em resposta às críticas internacionais, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, assegurou em conferência de imprensa que a Rússia continuará a efetuar exercícios militares no seu território, incluindo perto da fronteira com a Ucrânia.
"Estamos a falar das nossas unidades, dos nossos distritos militares e do nosso território", disse o porta-voz na sua conferência de imprensa telefónica diária.
A Ucrânia e a NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) denunciaram, nos últimos meses, a concentração de um grande número de tropas russas junto à fronteira ucraniana, o que consideram o prenúncio de uma invasão.
Por sua vez, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo Sergei Riabkov negou na segunda-feira que tal tipo de manobras represente "uma escalada" da violência com a Ucrânia.
"Não temos qualquer plano, qualquer intenção de atacar a Ucrânia -- e não podemos tê-los", garantiu o negociador russo, após as conversações sobre segurança com os Estados Unidos em Genebra.
Depois das consultas sobre segurança com a NATO em Bruxelas, o outro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Grushko, assegurou hoje que a condição para o apaziguamento na Ucrânia é o cumprimento por Kiev dos Acordos de Paz de Minsk e o fim do fornecimento de armamento por parte da Aliança Atlântica.
A equipa de investigação Conflict Intelligence Team (CIT) relatou hoje que a Rússia está a mover armamento pesado, incluindo tanques e lança-mísseis, por via-férrea do Extremo Oriente e da Sibéria oriental para a parte europeia do país.
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