Os Estados Unidos estão "preparados" para todos os cenários e os serviços de inteligência dos Estados Unidos consideram que a Rússia ainda não "tomou uma decisão final" sobre uma possível invasão da Ucrânia, revelou quinta-feira fonte da Casa Branca.
Segundo o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, os norte-americanos estão preparados para continuar com o diálogo ou dar "uma resposta firme" no caso de um ataque russo à Ucrânia.
Para a inteligência norte-americana, os russos ainda não "tomaram uma decisão final" sobre uma possível invasão do país vizinho.
"Agora vamos refletir e consultar os nossos aliados e parceiros sobre o que vamos fazer", acrescentou Jake Sullivan, citado pela agência AFP.
Os Estados Unidos continuam a "coordenar intensamente" com os parceiros medidas económicas severas em resposta a qualquer invasão russa à Ucrânia, alertou.
Questionado sobre a união entre norte-americanos e europeus sobre as possíveis sanções, Jake Sullivan mostrou "confiança" numa sintonia.
"Isso não significa necessariamente que ambos os lados do Atlântico terão precisamente a mesma lista [de sanções] até aos detalhes, mas estou confiante de que norte-americanos e europeus podem agir em uníssono na implementação de medidas económicas duras", insistiu.
O ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, reafirmou hoje o compromisso dos norte-americanos em fornecer "assistência defensiva" ao exército ucraniano.
Austin promoveu uma conversa telefónica com o homólogo ucraniano, Oleksii Reznikov, sobre o "injustificado fortalecimento da postura militar russa na Ucrânia e nas suas fronteiras", revelou o porta-voz do Pentágono, John Kirby.
No diálogo, o ministro norte-americano "reafirmou o apoio inabalável dos Estados Unidos à soberania e integridade territorial da Ucrânia, incluindo os esforços contínuos para fortalecer as capacidades das forças ucranianas fornecendo assistência defensiva".
Washington forneceu à Ucrânia armas pequenas, navios-patrulha e lançadores de mísseis antitanque Javelin, mas muitos congressistas gostariam que a Casa Branca fizesse mais.
A Ucrânia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) denunciaram nos últimos meses a concentração de um grande número de tropas russas perto da fronteira ucraniana, considerando tratar-se do prelúdio de uma invasão.
Os ocidentais antecipam uma possível invasão russa do território ucraniano, como a de 2014 que culminou na anexação da península da Crimeia.
Por sua vez, a Rússia desmente qualquer intenção em invadir o país vizinho e pretende garantias ocidentais sobre o fim do alargamento da NATO junto às suas fronteiras, em particular à Ucrânia.
As conversações Rússia-Estados Unidos na segunda-feira em Genebra (Suíça) e a reunião de quarta-feira em Bruxelas entre as autoridades russas e a NATO não registaram avanços significativos, apesar de as partes terem admitido a possibilidade de futuros contactos sobre o controlo de armamento e formas de impedir incidentes militares entre Moscovo e o Ocidente.
A Rússia lamentou hoje a ausência de progresso nas conversações sobre as garantias de segurança contra a expansão da NATO em direção a leste, rejeitando as exigências ocidentais para a retirada de tropas russas de zonas perto da Ucrânia.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, garantiu hoje que a Aliança Atlântica vai manter os "princípios básicos" como a capacidade de admitir novos membros e que continua aberto ao diálogo sobre segurança com a Rússia.
Leia Também: Representante dos EUA na OSCE diz desconhecer "intenções" da Rússia