"Faremos tudo para garantir a segurança da Ucrânia, faremos tudo para garantir a segurança da Europa", sublinhou a chefe da diplomacia alemã numa conferência de imprensa com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kouleba, no final de uma reunião bilateral em Kiev.
"Estamos prontos para iniciar um diálogo sério com a Rússia", acrescentou, numa tentativa de desmontar uma situação atual "extremamente perigosa".
Por seu lado, Kouleba disse ter abordado a questão das entregas de armas à Ucrânia, depois de Kiev ter acusado Berlim, em dezembro, de impedir o fornecimento de armas defensivas no âmbito da cooperação com a NATO.
"O nosso diálogo sobre este assunto com a Alemanha continuará", sublinhou.
A ministra alemã está em Kiev e segue depois para Moscovo, onde deverá reunir-se terça-feira com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, num contexto de crescente tensão na fronteira russo-ucraniana e até de risco de conflito.
"Haverá uma análise aprofundada de posições sobre questões internacionais atuais, sobretudo sobre propostas russas sobre garantias de segurança", afirmou a diplomacia russa em comunicado.
Os países ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia nos últimos meses, para preparar um ataque àquele país.
Moscovo nega e exige, por seu lado, garantias ocidentais de que será travada a ideia de expansão da NATO para países junto às suas fronteiras, em particular para a Ucrânia.
O assunto dominou uma reunião informal de ministros da Defesa da UE, em Brest, França, na semana passada, e no final o ministro da Defesa português referiu a "recusa absoluta" por parte de todos os Estados-membros da União Europeia da tentativa "muito clara" da Rússia de dividir o bloco europeu.
"É muito claro que as atitudes da Rússia tentam dividir. Dividir os europeus e dividir os europeus dos norte-americanos. E essa atitude mereceu claramente uma recusa absoluta, e todas as intervenções foram muito claras sobre a importância de se manter a unidade no diálogo com a Rússia", afirmou João Gomes Cravinho, em declarações à Lusa e RTP.
Leia Também: França e Alemanha. Empresas criticam rastreamento de anúncios 'online'