"Avisamos as empresas estrangeiras, cidadãos e residentes do estado inimigo dos Emirados Árabes Unidos que devem ficar longe de locais instalações vitais para a sua segurança", disse porta-voz Yahia Sarei, num discurso transmitido pelo canal Houthi, Al-Massira, ameaçando com novos ataques.
O grupo rebelde reivindicou hoje, através de um porta-voz, um ataque nos EAU, pouco depois de as autoridades de Abu Dhabi terem confirmado a morte de três pessoas numa explosão.
O porta-voz Yahia Sarei não forneceu mais detalhes sobre a alegada "grande operação militar" e disse que o grupo divulgará uma declaração mais tarde, segundo a agência de notícias Associated Press (AP).
Os Houthis, apoiados pelo Irão, reivindicaram vários ataques contra os EAU que foram depois negados pelas autoridades dos emirados.
A polícia do emirado disse que pelo menos três pessoas morreram e seis ficaram feridas na explosão de um camião-cisterna em Abu Dhabi, capital dos EAU.
A explosão foi desencadeada por um incêndio, que as autoridades admitem que possa ter sido causado por 'drones' (aviões não-tripulados) e que provocou explosões em dois outros camiões-cisterna.
Segundo a polícia, as vítimas mortais são dois cidadãos indianos e um cidadão paquistanês.
Os feridos não foram identificados pelas autoridades.
Os governos dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e da Arábia Saudita responsabilizaram os rebeldes iemenitas pelo ataque ao aeroporto internacional de Abu Dhabi, onde deflagrou hoje um incêndio provocado por 'drones' (aviões não-tripulados).
Em Abu Dhabi, as autoridades locais ameaçaram "ripostar" pelo que consideraram tratar-se um ataque "infame" dos Houthis, que provocou a morte a três pessoas -- dois indianos e um paquistanês.
"Os Emirados reservam-se o direito de responder a esses ataques terroristas e a essa escalada criminal sinistra", declarou, num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros dos EAU, citado pela agência noticiosa local WAM.
Em Riade, e também num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita condenou "veementemente, e nos termos mais fortes, o cobarde ataque terrorista" contra o aeroporto de Abu Dhabi e responsabilizou os Houthis.
Os EAU estão em guerra no Iémen desde 2015, e integram a coligação liderada pela Arábia Saudita que lançou ataques contra os Houthis depois de o grupo ter invadido a capital Saná e expulsado o governo apoiado internacionalmente.
Os Houthis reclamaram ataques anteriores ao aeroporto de Abu Dhabi, bem como à central nuclear Barakah do emirado, mas as autoridades dos EAU negaram essas ações.
Os rebeldes já utilizaram 'drones' carregados de bombas para lançar ataques imprecisos contra a Arábia Saudita e os EAU ao longo da guerra.
O grupo também lançou mísseis em aeroportos sauditas, instalações petrolíferas e oleodutos, e usou barcos armadilhados em ataques em rotas marítimas estratégicas.
Embora tenha havido mortes de civis na Arábia Saudita devido a alguns destes ataques, o número esmagador de mortes tem sido no Iémen.
A guerra matou 130.000 pessoas no Iémen - tanto civis como combatentes - e exacerbou a fome e a miséria em todo o país.
O conflito no Iémen é considerado pela ONU como a maior tragédia humanitária do planeta, atualmente, com 80% da população do país a necessitar de algum tipo de assistência para colmatar as suas necessidades básicas.
Localizado no Médio Oriente, junto ao Mar Arábico, Golfo de Aden e Mar Vermelho, e com fronteiras com Omã e a Arábia Saudita, o Iémen tem uma população de cerca de 33 milhões de pessoas.
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