Depois de uma videoconferência o autarca de São Paulo, Ricardo Nunes, e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes anunciaram que o desfile das escolas de samba que começariam em 25 de fevereiro e se estenderiam até dia 28 foram adiados para o feriado de Tiradentes, comemorado em 21 de abril, em razão da proliferação da estipe Ómicron da covid-19.
Em nota conjunta, as autoridades frisaram que "a decisão foi tomada em respeito ao atual quadro da pandemia de covid-19 no Brasil e a necessidade de, neste momento, preservar vidas e somar forças para impulsionar a vacinação em todo o território nacional."
O adiamento dos desfiles de Carnaval foi decidido numa reunião em que estiveram presentes também o secretário de Saúde da cidade do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, o secretário de Saúde de são Paulo, Edson Aparecido, além dos presidentes das Ligas de Escolas de Samba de ambas as cidades.
Em entrevista a rede de televisão GloboNews, o prefeito 'carioca', Eduardo Paes, frisou que já vinha conversando com o autarca de São Paulo sobre o adiamento dos desfiles das escolas de samba nas duas cidades e mesmo com a visão otimista sobre o ciclo de transmissão da Ómicron - que ele prevê terá uma queda em fevereiro -, ambos consideraram que seria arriscado realizar os desfiles no próximo mês.
"Nós entendemos por bem, a partir desta leitura científica, técnica, de ambos dos secretários de Saúde [de São Paulo e do Rio de Janeiro] adiar para o feriado de 21 de abril, de Tiradentes, a realização do Carnaval tanto em São Paulo quando no Rio de Janeiro", disse Paes.
"Estamos tomando medidas equilibradas e, ao mesmo tempo, respeitando uma festa que é a maior manifestação cultural, popular do Brasil e importante para a economia do Rio de Janeiro. Vamos poder ter a festa no feriado de Tiradentes, celebrando vidas e, se Deus quiser num momento muito melhor desta pandemia (...) É um adiamento e não um cancelamento", acrescentou o prefeito.
Sobre a realização de desfiles de blocos de Carnaval nas ruas, que foram cancelados nas duas cidades, Paes disse ser preciso analisar melhor este caso já que a festa nas ruas tem características diferentes dos desfiles das escolas de samba que acontecem em locais fechados e controlados, ou seja, dentro dos sambódromos.
O Brasil, um dos países mais atingidos pela pandemia e que experimenta uma alta de casos de covid-19 em razão da chegada da estirpe Ómicron, totalizou 23.751,782 infeções e 622.563 mortes provocadas pela doença, informou nesta sexta-feira o Ministério da Saúde.
Nas últimas 24 horas, o país registou recorde de 166.539 novas infeções por coronavírus, elevando a média móvel de casos em sete dias para 117.797.
Esta foi também a maior média diária de infeções por covid-19 desde o início da pandemia no Brasil e uma média 38 vezes superior à registada há menos de um mês.
De acordo com estudos divulgados por laboratório particulares do país sul-americano, a estirpe Ómicron do vírus SARS-Cov-2 causou um grande salto no número médio de casos diários e se tornou hegemónica em menos de um mês, sendo responsável por mais de 95% das novas infeções no Brasil.
A covid-19 provocou pelo menos 5,57 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.
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