Hanifa Abubakar foi raptada em dezembro, tendo sido depois envenenada com veneno para ratos e enterrada numa cova rasa na cidade de Kano, disse a polícia local, que indica como principal suspeito o proprietário da escola que admitiu o rapto para pedir resgate à família.
Aquela zona do norte da Nigéria tem sido palco de raptos de crianças e este caso provocou indignação na comunidade local, com muitos pais a recusarem enviar os filhos de volta à escola.
O comerciante Mannir Haruna disse à agência de notícias France-Presse que o seu filho de 08 anos "não saiu de casa desde a descoberta do corpo em decomposição de Hanifa e a prisão do professor" e tem agora "medo de pôr os pés fora de casa".
Segundo a polícia, o professor organizou o rapto da rapariga com a ajuda de duas outras pessoas para exigir um resgate de 6 milhões de nairas (cerca de 13.000 euros) ao seu pai. Mas quando a aluna reconheceu o raptor, forçou-a a engolir o veneno antes de enterrar o corpo.
Na terça-feira, os três suspeitos foram acusados de rapto, conspiração e homicídio, segundo o porta-voz da polícia de Kano, Abdullahi Haruna Kiyawa.
Aisha Buhari, mulher do Presidente da República, Muhammadu Buhari, subscreveu o apelo feito pelos setores muçulmanos conservadores para executar publicamente o suspeito como um exemplo.
A secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohamed, disse estar "profundamente indignada" com a morte da menina, apelando à "justiça para Hanifa e para todas as raparigas que sofrem estas atrocidades".
Em 2021, cerca de 1.500 crianças em idade escolar foram raptadas em 20 raptos em massa na região, resultando na morte de 16 crianças e adolescentes, de acordo com a UNICEF.
A maioria foi libertada após negociações e alegados pagamentos de resgates.
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