Jornalistas ao serviço da ONU foram detidos em Cabul

Dois jornalistas estrangeiros em missão para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no Afeganistão e vários colegas afegãos foram detidos em Cabul, informou hoje a agência da ONU.

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© MARCUS YAM / LOS ANGELES TIMES

Lusa
11/02/2022 15:34 ‧ 11/02/2022 por Lusa

Mundo

Afeganistão

"Dois jornalistas em missão para o ACNUR e cidadãos afegãos que trabalhavam com eles foram presos em Cabul. Estamos a dar o nosso melhor para resolver a situação", afirmou organização da ONU numa mensagem divulgada na rede social Twitter, escusando-se a fazer outros comentários "dada a natureza da situação".

O jornalista 'freelance' e ex-correspondente da BBC Andrew North, que cobre o Afeganistão há duas décadas, está entre os detidos, segundo avançou a sua mulher, Natalia Antelava.

"Andrew estava em Cabul a trabalhar para o ACNUR, a tentar ajudar as pessoas no Afeganistão. Estamos muito preocupados com a sua segurança e pedimos a todos aqueles com influência que ajudem a garantir a sua libertação", escreveu Natalia Antelava no Twitter.

O Governo talibã está atualmente a investigar o assunto, garantiu o porta-voz, Zabihullah Mujahid, citado pela agência francesa de notícias AFP.

"Recebemos informações e estamos a tentar confirmar se [os jornalistas] foram detidos ou não", acrescentou.

Desde o seu regresso ao poder, em agosto de 2021, após a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, os talibãs dispersaram a maioria das manifestações da oposição, detiveram algumas vozes críticas do regime e agrediram ou prenderam vários jornalistas.

Quatro ativistas feministas desapareceram em Cabul no início do ano, depois de participarem em manifestações contra o regime, despertando a preocupação da comunidade internacional, mas os talibãs negam qualquer envolvimento no caso e asseguram que abriram uma investigação.

Dois jornalistas de um canal de televisão afegão, a Ariana TV, também foram detidos na capital afegã, tendo estado dois dias desaparecidos antes de serem libertados, no início deste mês.

Leia Também: Afegãs protestam a favor dos direitos das mulheres

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