"Dois jornalistas em missão para o ACNUR e cidadãos afegãos que trabalhavam com eles foram presos em Cabul. Estamos a dar o nosso melhor para resolver a situação", afirmou organização da ONU numa mensagem divulgada na rede social Twitter, escusando-se a fazer outros comentários "dada a natureza da situação".
O jornalista 'freelance' e ex-correspondente da BBC Andrew North, que cobre o Afeganistão há duas décadas, está entre os detidos, segundo avançou a sua mulher, Natalia Antelava.
"Andrew estava em Cabul a trabalhar para o ACNUR, a tentar ajudar as pessoas no Afeganistão. Estamos muito preocupados com a sua segurança e pedimos a todos aqueles com influência que ajudem a garantir a sua libertação", escreveu Natalia Antelava no Twitter.
O Governo talibã está atualmente a investigar o assunto, garantiu o porta-voz, Zabihullah Mujahid, citado pela agência francesa de notícias AFP.
"Recebemos informações e estamos a tentar confirmar se [os jornalistas] foram detidos ou não", acrescentou.
Desde o seu regresso ao poder, em agosto de 2021, após a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, os talibãs dispersaram a maioria das manifestações da oposição, detiveram algumas vozes críticas do regime e agrediram ou prenderam vários jornalistas.
Quatro ativistas feministas desapareceram em Cabul no início do ano, depois de participarem em manifestações contra o regime, despertando a preocupação da comunidade internacional, mas os talibãs negam qualquer envolvimento no caso e asseguram que abriram uma investigação.
Dois jornalistas de um canal de televisão afegão, a Ariana TV, também foram detidos na capital afegã, tendo estado dois dias desaparecidos antes de serem libertados, no início deste mês.
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