Espanha. Desmantelada rede que escondia droga em contentores com plástico
Guardia Civil 'caçou' mais de 1.400 quilos de cocaína oculta entre milhares de pedaços de plástico colorido. Foram detidas 18 pessoas de várias nacionalidades.
© Guardia Civil
Mundo Cocaína
A Guardia Civil espanhola desmantelou uma rede criminosa que efetuava o transporte de droga das costas sul-americanas para Espanha. 18 pessoas entre os 23 e 59 anos de nacionalidade colombiana, equatoriana, boliviana, espanhola, albanesa e holandesa foram detidas no âmbito da operação Picass 21, que contou com a colaboração da DEA (Drug Enforcement Administration) dos EUA.
De acordo com um comunicado publicado pela força da autoridade, os agentes viajaram para a Colômbia, onde não só realizaram as detenções como também apreenderam 1.461 quilos de cocaína ocultos em contentores com milhares de pedaços de plástico colorido, conhecido como "polietileno tereftalato", um tipo de plástico muito usado no fabrico de contentores de bebidas e têxteis.
Dos 18 detidos, 16 homens e duas mulheres, um estava foragido há 5 anos da justiça espanhola. Há ainda outros três homens que estão a ser investigados.
Além disso, adianta o comunicado, foram também apreendidos vários instrumentos necessários para a preparação da droga.
Foram também efetuadas buscas em Múrcia, Valência e Alicante, que levaram ao desmantelamento de dois laboratórios de cocaína.
A Guarda Civil contou com a colaboração da DEA (Drug Enforcement Administration) dos Estados Unidos, a DIRAN (Direção Antidrogas) da Polícia Nacional da Colômbia e Polícia Nacional do Equador.
A operação policial começou em abril de 2021, após os investigadores tomarem conhecimento de um possível transporte marítimo de droga.
Organização criminosa gerida a partir da prisão
O comunicado da Guardia Civil dá ainda conta de que esta rede criminosa era gerida a partir da prisão. Os líderes são de origem equatoriana e colombiana e estão presos por tráfico de drogas, detenção ilegal e uso de armas de fogo, relacionados com o narcotráfico nas cidades de Petrer (Alicante) e Alfafar (Valência).
Estes usavam telemóveis, que mantinham escondidos, e davam instruções a colaboradores de confiança que estavam cá fora, localizados tanto na Comunidade Valenciana como na Região de Múrcia, Colômbia e Equador. Além de coordenarem o transporte de cocaína em grande escala, também geriam o seu processamento em Espanha, tudo a partir da cadeia.
O transporte da droga era efetuado em veículos "aquecidos" até à sua venda e retalho, descreve ainda a autoridade espanhola.
Droga oculta em 906 sacos de 25 quilos
O contentor chegou ao Porto de Algeciras em outubro de 2021 tendo sido alvo de vistoria. A droga estava escondida em 87 sacos (de um total de 906) de 25 quilos cada, com milhares de pedaços de plástico colorido.
A cocaína foi detetada após os sacos serem submetidos a um teste especializado, uma vez que não era fácil detetar a droga a olho nu.
"Vale ressaltar a dificuldade de deteção da substância, não apenas pelo pequeno tamanho das partículas, mas também porque a cocaína havia sido originalmente submetida a um processo químico, o que a fez não reagir à análise de determinados testes rápidos, e que não foi detetado pelos cães especializados na deteção de estupefacientes", explica a Guardia Civil.
Uma vez retirada a carga ilegal, procedeu-se à entrega do contentor - vigiada pela autoridades espanholas - que levou a um estabelecimento com mais 363 sacos de plástico semelhantes. Nesse estabelecimento foram detidos 6 dos 16 homens. Estavam a preparar-se para armazenar a mercadoria num navio.
Foi ainda encontrada documentação relacionada com a importação destes sacos.
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