"Leva diariamente a um aumento da tensão e quando a tensão atinge um pico, como acontece agora na linha de contacto [a região de Donbas, no sudeste da Ucrânia, onde se situam as zonas separatistas pró-russas], qualquer faísca, qualquer incidente ou provocação podem levar a consequências irreparáveis".
O porta-voz do Kremlin reiterou que a Federação Russa não tem intenção de atacar ninguém e que, por ter passado por "muitas guerras, é o último país da Europa a querer sequer falar de guerra".
O Presidente norte-americano, Joe Biden, declarou-se na semana passada convencido de que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, já decidiu atacar a Ucrânia "nos próximos dias".
Por seu turno, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou aos países ocidentais para não anunciarem novas datas para a possível invasão russa.
"Para ajudarem verdadeiramente a Ucrânia, parem de falar constantemente de novas datas para uma eventual invasão. Nós defenderemos a nossa terra a 16 de fevereiro, a 01 de março e a 31 de dezembro", pediu Zelensky durante a Conferência de Segurança de Munique, em que interveio no sábado.
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, afirmou hoje que a diplomacia ainda está funcionar entre a Ucrânia e a Rússia, garantindo que o seu país fará "todos os possíveis para manter a Rússia no caminho diplomático", apesar de estar preparado para "qualquer cenário".
O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.
Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.
Entretanto, aumentaram nos últimos dias os confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.
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