É o centro da crise entre a Rússia e a Ucrânia e o conflito não é novo. Há pelo menos oito anos que a região de Donbass, no leste da Ucrânia, vive em guerra tendo já resultado na morte de pelo menos 22 mil pessoas, segundo dados das Nações Unidas.
Em 2014, as duas regiões que compõem o Donbass - Donetsk e Lugansk - proclamaram-se independentes de Kiev, resultando numa guerra, mas não foram reconhecidas por nenhum país. Até agora. Ontem, Vladimir Putin reconheceu como independentes as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.
Mas o que tem esta região no leste ucraniano de especial que levou, inclusive, Putin a distribuir 700 mil passaportes russos no Donbass, praticamente um por família?
A Bacia do Donets, comumente conhecida como Donbass, é uma sub-bacia do Rio Don e a mais importante fonte de energia e a maior região industrial da Ucrânia, de acordo com a "Encyclopedia of Ukraine", portal criado por investigadores do Instituto Canadiano de Estudos Ucranianos (CIUS).
É das regiões mais densamente povoadas da Ucrânia, a seguir a Kiev, e Donetsk é considerada a capital não oficial da região. A sua importância está no facto de ter reservas de ferro e carvão mineral que levam a uma grande produção de energia.
Além da mais-valia que é o potencial energético da região, Donbass conta também com o porto de Mariupol, considerando de grande importância estratégica.
O que levou à guerra?
Em Fevereiro de 2014, mais de 100 manifestantes foram abatidos na revolta de Maidan, em Kiev, na Ucrânia, levando à fuga para Moscovo do presidente pró-russo Viktor Yanukovych, que se opunha à entrada da Ucrânia na NATO.
O movimento começou como protesto à rejeição de um acordo comercial com a União Europeia e acabou com o golpe de Estado que levou à queda do presidente ucraniano Viktor Yanukovich.
O levante de Donbass iniciou-se a 6 de abril de 2014 quando homens armados pró-Rússia atacaram os prédios do governo central no leste, levando muitas cidades a cair nas mãos dos separatistas pró-russos.
O novo governo ucraniano, que perdeu a Crimeia para Rússia nesta crise, acusou os insurgentes de serem "terroristas" e deslocou tropas para o local.
A partir daí começou a guerra civil no leste da Ucrânia com uma série de ataques que ainda hoje duram.
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