A 'bolha' isolou os participantes do evento, que terminou este fim de semana, da população local. Atletas e outros participantes não puderam visitar os locais turísticos ou restaurantes de Pequim durante o seu tempo livre. Os hotéis e os locais de competição foram cercados com muros temporários e guardas.
Fora da 'bolha', a vida decorreu com normalidade para a maioria das pessoas.
Através da sua conta na rede social Weibo - o equivalente chinês ao Twitter -, Zhang destacou que a experiência constituiu uma resposta "perfeita" ao desejo da China de interagir com o exterior, enquanto a pandemia perdurar.
Não há relato de casos de contágio entre a 'bolha' e a população de Pequim.
As fronteiras da China permanecem fechadas para visitantes estrangeiros não residentes. Quem chega ao país tem que cumprir quarentena, de pelo menos 14 dias, num hotel designado pelo governo.
A lição dos Jogos Olímpicos de Inverno está no "cancelamento da quarentena para viagens internacionais, em determinadas circunstâncias", superando assim o "desequilíbrio" entre as diferentes estratégias de prevenção de cada país, apontou Zhang.
O especialista espera que a experiência dos Jogos possa ser estendida a "intercâmbios políticos, económicos e académicos", para "promover a interação" entre a China e o exterior.
O epidemiologista é um dos mais conhecidos especialistas em saúde do país asiático e tem mais de quatro milhões de seguidores no Weibo.
Enquanto alguns países como a Austrália ou Singapura relaxaram as suas estratégias de tolerância zero contra a covid-19, a China continua inflexível, restringindo a movimentação e realizando campanhas massivas de testes e confinamentos sempre que um surto é detetado.
Segundo as contas das autoridades chinesas, desde o início da pandemia, 108.194 pessoas foram infetadas no país, entre as quais morreram 4.636.
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