Covid. Angola vai deixar de exigir testes e passar a exigir certificado
A comissão multissetorial de combate à covid-19 em Angola vai propor que deixe de ser obrigatório apresentar teste negativo e passe a ser exigido o certificado de vacinas, para reverter o quadro de resistência à vacinação.
© Lusa
Mundo Covid-19
O coordenador da Comissão Multissetorial de Combate e Prevenção Contra a Covid-19, Francisco Furtado, disse hoje que vai propor que termine a obrigatoriedade da apresentação de testes à covid-19 nos setores públicos ou em qualquer outro estabelecimento, sendo obrigatório que os cidadãos apresentem o certificado de vacinação com as duas doses ou com a dose única da Johnson & Johnson.
"Desta forma, nós iremos deixar a prioridade para o uso dos testes nas unidades hospitalares, no acesso às fronteiras aéreas e terrestres e implementar algumas medidas rigorosas para obrigar a que a população se vacine mais", afirmou Furtado, em declarações emitidas pela rádio pública angolana, no final da reunião de balanço semanal da comissão.
Francisco Furtado disse que há uma redução de casos, que passou de uma taxa de incidência de 1,7% em janeiro para 0,1% no mês em curso, mas as autoridades registam "um comportamento negativo da população" que não se quer vacinar e deixou de fazer o uso adequado de máscaras e medidas de biossegurança.
"O mês de fevereiro está a ser um mês bastante negativo no capítulo da vacinação, há uma redução na toma das vacinas em cerca de 50% em relação ao mês de janeiro", referiu.
O também chefe da Casa Militar do Presidente da República frisou que janeiro foi o melhor mês em termos de vacinação, desde o início do processo no país, com o registo de mais de 3,2 milhões doses administradas.
"Mas fevereiro está a ser negativo, não só na toma da primeira dose, mas particularmente na segunda dose", referiu o governante, lamentando a perda em janeiro de 331 mil doses de vacinas, "porque as populações que tinham que tomar a segunda dose não as tomaram".
"E estamos sujeitos a perder também agora mais milhares de doses de vacina, porque o cidadão não está a comportar-se devidamente", acrescentou.
Francisco Furtado disse que, apesar de estarem a pensar propor o aliviamento de algumas medidas, é preciso agravar o capítulo da vacinação.
"Temos neste momento com a medida de vacinação das crianças e adolescentes, dos 12 aos 17 anos, a nossa população-alvo elegível para vacinação passou dos cerca de 15,7 milhões para mais de 20 milhões, e estamos com uma taxa baixa", sublinhou.
De acordo com o coordenador da comissão multissetorial, a percentagem de vacinação baixou, "por isso é preciso que realmente se continue a tomar medidas para que a vacinação seja efetiva e que os cidadãos obedeçam".
Nesta altura, mais de quatro milhões de pessoas ainda não tomaram a primeira dose e mais de cinco milhões faltaram à segunda dose, segundo Francisco Furtado.
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