"Agradeço ao meu amigo, o Presidente (Recep Tayyip) Erdogan, e ao povo [turco] pelo seu forte apoio. A proibição da passagem de navios de guerra para o Mar Negro e a significativa ajuda militar e humanitária são hoje extremamente importantes. O povo da Ucrânia jamais o esquecerá!", escreveu Zelensky na rede social Twitter.
Quinta-feira, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou a invasão da Ucrânia pelo exército russo como "um golpe na paz e estabilidade regionais" e reiterou o apelo para que o conflito fosse resolvido "através do diálogo".
Contudo, na declaração transmitida pela televisão turca, após ter presidido a uma reunião do Conselho de Segurança turco, Erdogan não comentou o pedido das autoridades de Kiev de fechar o Estreito do Bósforo aos navios de guerra russos e permitir a passagem de navios dos aliados da Ucrânia.
Fonte diplomática turca, citada pela agência EFE, disse hoje que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, apelou ao seu homólogo russo, Sergei Lavrov, numa conversa telefónica, para pôr fim à operação militar na Ucrânia.
A Turquia, que condenou por diversas vezes a invasão "inaceitável" da Ucrânia, propôs a sua mediação para evitar um conflito entre Moscovo e Kiev, tendo a fonte diplomática afirmado que a disponibilidade para acolher negociações foi reafirmada no contacto de hoje de Cavusoglu com Lavrov.
Erdogan, que telefonou quinta-feira a Zelensky, já tinha falado, na quarta-feira, com o Presidente russo, Vladimir Putin, a quem disse que a Turquia nunca reconhecerá "qualquer medida que afete a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".
A Turquia integra a Organização do Tratado da Aliança Atlântica (NATO) e é uma aliada próxima da Ucrânia, mas também está ligada a Moscovo por numerosos acordos comerciais.
"Lamentamos sinceramente ver um confronto entre a Rússia e a Ucrânia, com as quais temos estreitas relações políticas, económicas e sociais", disse o Presidente da Turquia.
"Faremos o que for preciso para proteger a segurança de todos aqueles que vivem na Ucrânia e dos nossos irmãos tártaros", disse Erdogan, referindo-se à minoria de língua turca na Crimeia, a península ucraniana anexada por Moscovo em 2014.
O Governo turco também reiterou a sua oposição a "qualquer mudança de fronteiras pela força das armas" e o apoio à "unidade, soberania e integridade territorial da Ucrânia".
A Turquia faz fronteira com o Mar Negro como a Rússia e a Ucrânia.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 120.000 deslocados desde o primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
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