São milhares os refugiados ucranianos que desde quinta-feira têm vindo a fugir do país devido à ofensiva militar lançada pela Rússia na madrugada de 24 de fevereiro.
A invasão deu início a uma nova crise de refugiados com mais de 500 mil a abandonar a Ucrânia desde quinta-feira passada.
Em Korczowa, na fronteira polaca, o caos é evidente.
A família Zhyvaha é uma das que está em Korczowa após ter sido forçada a abandonar o país. Estão abrigados, conta o o jornal francês Le Monde, num armazém gigante transformado num centro improvisado para refugiados da guerra ucraniana.
Vitali, de 52 anos, e Lena, de 39 anos, fugiram de Boryspil, nos arredores de Kiev, com as três filhas. A viagem até à fronteira durou 36 horas.
Tal como a maioria dos refugiados naquele armazém, a família tomou a decisão de fugir na sexta-feira, dia 25 de fevereiro. “Hora de fazer as malas”, disse ao jornal francês Arina, a mais velha, com 12 anos.
“Conseguimos embarcar num comboio que partiu às 20h00 de Kiev, estava cheio", conta a mãe Lena. Depois de algumas horas de viagem para Lviv, as luzes apagam-se para atravessar uma zona de confronto. “Fomos até proibidos de consultar os nossos telefones, o comboio continuou em velocidade muito baixa, enquanto víamos e ouvíamos tiros à nossa volta”, conta a ucraniana.
O cenário é dantesco. Milhares reúnem-se junto à fronteira na esperança de encontrar um local seguro.
Os engarrafamentos são visíveis e, segundo o Le Monde, há autocarros completamente cheios que são invadidos. A juntar a tudo isto, o frio que se vive junto à fronteira é imenso.
Nos últimos dias as temperaturas aproximaram-se dos 0 graus e as mínimas eram mesmo negativas. Hoje em Korczowa esperam-se apenas três graus de temperatura máxima.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, mais de 115.000 refugiados cruzaram a fronteira para a Polónia, disse o Ministério do Interior este sábado. Qualquer pessoa da Ucrânia pode entrar, mesmo aqueles que não possuem passaportes válidos, disseram autoridades.
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