"Não haveria NATO se eu não agisse", diz Trump, após anos de críticas

No início da invasão, o antigo presidente norte-americano elogiou o "génio" de Putin.

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Hélio Carvalho
01/03/2022 09:11 ‧ 01/03/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Donald Trump

Durante o seu mandato como presidente dos Estados Unidos da América, Trump criticou inúmeras vezes a NATO, ameaçando retirar os EUA da aliança caso países como a Alemanha não gastassem mais dinheiro em defesa militar.

Agora, Trump congratula-se pela reanimação da aliança e defende que "não haveria NATO se eu não agisse forte e rapidamente".

"Espero que toda a gente se lembre que fui eu, como presidente dos Estados Unidos, que conseguiu que os membros delinquentes da NATO pagassem as suas dívidas, que chegaram a centenas de milhares de milhões de dólares", disse Trump, num curto comunicado publicado no seu site.

O antigo presidente tem usado os seus comunicados durante o último ano para tentar atrair alguma atenção sobre várias conquistas da administração Biden, nomeadamente em torno da vacinação contra a Covid-19 (à qual Trump se opôs várias vezes).

Trump contradisse-se também neste novo comunicado relativamente ao apoio à Ucrânia.

Apesar de ter sido alvo de um processo de exoneração (apenas o terceiro na história dos EUA) por reter fundos e armas à Ucrânia em troca de informações comprometedoras sobre Joe Biden e o seu filho, Hunter Biden, o milionário ex-presidente assume o crédito pelo envio de armas ao país invadido pela Rússia.

"Fui eu, também, quem deu à Ucrânia armas anti-tanques muito eficazes, quando a antiga administração [do presidente Obama] enviou cobertores. A história assim dirá!", exclamou.

Antes da invasão russa, Trump disse que a ação da Rússia era uma manobra "de génio" por parte do presidente Putin.

“Entrei ontem [na segunda-feira] e estava lá um ecrã de televisão [a emitir notícias sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia], e eu disse: ‘Isto é de génio’. O Putin declara uma grande parte da Ucrânia. O Putin declara-a como independente. Oh, isso é magnífico", afirmou o republicano e um dos principais candidatos à candidatura conservadora em 2024.

Poucos dias depois, voltou atrás nas suas palavras e condenou a invasão.

De recordar que, numa histórica e bizarra conferência em Helsínquia em 2018, Trump - que até então tinha elogiado Vladimir Putin - disse que preferia a versão do seu homólogo sobre a interferência russa nas eleições presidenciais americanas de 2016, em vez dos relatórios dos seus próprios serviços de inteligência norte-americanos.

Leia Também: Trump diz que atuação de Putin na Ucrânia é um movimento "de génio"

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