"Esperamos que a Rússia e a Ucrânia sigam esse processo. A China sempre apoiou e encorajou quaisquer esforços diplomáticos que levem a uma resolução pacífica da crise", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Wang Wenbin.
Ambas as partes afirmaram ter encontrado pontos de acordo, que permitirão que se sentem novamente em breve, segundo o chefe da delegação russa, o conselheiro presidencial Vladimir Medinski.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Ucrânia recebeu "alguns sinais" da Rússia durante a negociação, mas ainda não é o resultado que gostaria de ter.
"Esperamos que os dois lados continuem esse diálogo e encontrem uma solução política que acomode as preocupações legítimas de segurança de ambos os lados e leve à estabilidade de longo prazo na Europa", disse Wang.
Em relação à retirada de cidadãos chineses da Ucrânia - cerca de 6.000, segundo a imprensa local - Wang disse que a "situação mudou e a China ativou o mecanismo de proteção consular de emergência".
"Mantemos o contacto e coordenamos com todas as partes para garantir a segurança dos nossos compatriotas na Ucrânia", apontou.
A China tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito. Pequim insiste no "respeito pela integridade territorial de todos os países", mas diz entender as "legítimas exigências de segurança" da Rússia.
O país asiático absteve-se, na sexta-feira passada, na votação de uma resolução a condenar a Rússia, no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, explicou nos últimos dias que a estabilidade de um país "não pode ser conseguida à custa da de outros", embora os seus porta-vozes tenham evitado referir-se às ações russas com a palavra "invasão".
Em 4 de fevereiro, os presidentes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping, anunciaram, após reunião em Pequim, a entrada das relações bilaterais numa "nova era", e sublinharam o bom estado das relações entre a Rússia e a China.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
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