"Mais de 2.000 ucranianos foram mortos, além dos nossos defensores", lê-se numa declaração do Serviço de Emergência do Estado (SES) divulgada na rede social Facebook e citada pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform.
Trata-se de um aumento significativo relativamente ao anterior balanço das autoridades ucranianas, que apontava para a morte de mais de 350 civis, incluindo crianças.
A informação não pode ser confirmada de forma independente, à semelhança das informações divulgadas pela Rússia sobre o resultado dos ataques.
A agência de direitos humanos das Nações Unidas disse que, até terça-feira, tinha registado a morte de 136 civis, incluindo 13 crianças, e mais de 400 feridos desde o início da invasão.
A agência da ONU reconheceu, no entanto, que o número de mortos e de feridos seria "muito mais elevado" do que o que pode verificar.
"Durante mais de 160 horas, a Ucrânia e o povo ucraniano têm-se defendido contra o ataque insidioso e cínico da Rússia e da Bielorrússia. Cada hora são perdidas vidas dos nossos filhos, mulheres e defensores", disse o SES.
Nos primeiros seis dias da invasão, que hoje entra no seu sétimo dia, a Rússia destruiu centenas de infraestruturas de transporte, casas residenciais, hospitais e jardins de infância na Ucrânia, segundo o relatório oficial.
"Hoje, os principais esforços dos socorristas têm por objetivo salvar pessoas", disse o SES, que admitiu a morte de uma dezena de socorristas.
O SES disse que os socorristas salvaram mais de 150 pessoas e que mais de 500 foram retiradas de locais onde corriam perigo.
Também foram extintos mais de 400 incêndios e desativados 416 engenhos explosivos, segundo a mesma fonte.
A Ucrânia apresentou uma ação judicial contra a Rússia no Tribunal Internacional de Justiça da ONU, em Haia (Países Baixos), lembrou a Ukrinform.
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, anunciou a abertura "o mais depressa possível" de uma investigação a alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade no conflito que assola a Ucrânia desde 2014.
"Estou convencido de que existe uma base razoável para acreditar que presumíveis crimes de guerra e crimes contra a humanidade têm sido cometidos na Ucrânia" desde 2014, disse Khan na segunda-feira.
A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e de pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia, desde o início da invasão da Ucrânia.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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