As 25 organizações não governamentais, entre as quais se inclui a portuguesa Zero, defendem ainda que as bombas de combustível devem identificar a origem de todos os produtos petrolíferos" para que os consumidores não "financiem inadvertidamente o regime" do Presidente russo, Vladimir Putin.
Pedem ainda que seja cobrada uma "tarifa ou taxa" sobre todos os combustíveis fósseis provenientes da Rússia e, como medida principal, "um embargo completo" a estes produtos.
Os ambientalistas afirmam no manifesto enviado às instituições europeias que tem sido o lucro da exportação de petróleo e gás que tem "sustentado os gastos militares de Putin em mais de duas décadas".
O petróleo e o gás russos não estão cobertos pelas sanções económicas impostas pela União Europeia, lembram os ambientalistas, apontando que "todos os dias, países da União Europeia continuam a transferir centenas de milhões de euros para pagar petróleo e gás ao regime de Putin", um comércio que movimentou entre 80 e 85 mil milhões de euros só em 2022, afirmam.
Dois terços do petróleo importado da Rússia servem para transportes, e embora reconheçam que parar o tráfego terá "impactos no preço da energia", o ataque russo à Ucrânia "exige uma resposta extraordinária", dizem as organizações.
Os países membros da Agência Internacional da Energia devem usar as reservas de petróleo que têm, suficientes para 90 dias de consumo, e cedê-las aos países mais dependentes da Rússia, defendem ainda.
Os ambientalistas insistem em vários pontos da sua agenda habitual e pedem "um novo objetivo de 50 por cento de carros elétricos em 2025" na União Europeia daqui a três anos, sobretudo nos setores dos táxis, frotas automóveis e autocarros.
Querem ainda "medidas para acelerar radical e imediatamente" o investimento na produção de energia solar e eólica e mais medidas de eficiência energética, incluindo a renovação de edifícios para os tornar mais eficientes e combater a pobreza energética.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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