"A dimensão da catástrofe humanitária que se está a desenrolar na Ucrânia preocupa-nos realmente. A Europa está a assistir à destruição e à deslocação a uma escala não vista desde os dias mais negros do século passado", declarou Ursula von der Leyen.
Numa declaração à imprensa juntamente com o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que hoje está em Bruxelas para participar no Conselho extraordinário em formato alargado de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, a líder do executivo comunitário assegurou que "a União Europeia, enquanto vizinha da Ucrânia, não se poupará a esforços".
"Estamos a fornecer 500 milhões de euros em ajuda humanitária imediata e mais virão, estamos a trabalhar rapidamente para estabelecer centros de proteção civil na Polónia e na Eslováquia e na Roménia e estamos também a fazer tudo o que podemos com organizações internacionais e ONG para criar corredores humanitários que se estendam dentro da Ucrânia e que (...) devem poder chegar a todas as partes da Ucrânia", elencou Ursula von der Leyen, assinalando que "os civis devem ser autorizados a escapar"
Além disso, "a UE ativou, pela primeira vez, a chamada diretiva de proteção temporária", que permite dar "direito de residência à maioria dos refugiados", ou seja, "de viver e trabalhar na União Europeia para ter acesso aos serviços de saúde ou, por exemplo, às escolas durante pelo menos um ano".
"Sabemos que este conflito está longe de ter terminado e, para ser muito clara, estamos prontos a tomar outras medidas severas se [o Presidente russo Vladimir] Putin não parar e reverter a guerra que desencadeou", avisou Ursula von der Leyen.
Também falando à imprensa, Antony Blinken classificou a guerra da Ucrânia como "um assalto a alguns princípios básicos estabelecidos após as duas guerras mundiais para garantir que não aconteceria outra".
"Esses princípios estão agora a ser atacados pela agressão contra a Ucrânia, cometida pelo Presidente Putin e pela Rússia, e se permitirmos que esses princípios sejam violados impunemente, então estaremos a abrir uma caixa de Pandora em cada canto do mundo", adiantou o alto responsável norte-americano.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a UE e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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