"Neste momento difícil para o mundo, os dois países, apesar das suas diferenças, enfrentam desafios comuns numa série de questões. Desafios que devem ser abordados no sentido de os solucionar e não de acrescentar mais problemas", sublinhou, em conferência de imprensa, o porta-voz do Governo grego, Yannis Ikonumi, citado pela agência EFE.
A reunião de domingo será o primeiro encontro formal entre Mitsotakis e Erdogan, uma vez que as reuniões realizadas em dezembro de 2019 e em junho de 2021 ocorreram à margem de cimeiras da NATO, em Londres e em Bruxelas.
"A invasão russa da Ucrânia mudou dramaticamente os dados sobre segurança na Europa", afirmou o porta-voz do Governo helénico, sublinhando que Mitsotakis participará na reunião com "ânimo positivo" e "centrando-se no essencial e não na retórica".
No entanto, na segunda-feira, o porta-voz do partido governamental turco (AKP), Omér Chelík, referiu-se novamente à "pátria azul", conceito utilizado pelos turcos para se referir à intenção de estabelecer a sua soberania nas zonas disputadas com a Grécia e com o Chipre.
De acordo com os meios de comunicação gregos, a reunião entre os líderes da Turquia e da Grécia servirá para analisar, sobretudo, a situação na Ucrânia e não tanto as questões que envolvem os dois países, nomeadamente a delimitação de fronteiras no mar Egeu oriental.
O primeiro-ministro grego já tinha defendido na semana passada, no parlamento grego, que Grécia e Turquia formam a ala sudeste da NATO e que, por isso, deveriam manter uma linha de comunicação aberta, especialmente depois da invasão russa da Ucrânia.
Tanto a Grécia como a Turquia condenaram a invasão russa da Ucrânia, desencadeada no dia 24 de fevereiro, ainda que os turcos não tenham alinhado nas sanções à Rússia. Erdogan mantém laços diplomáticos próximos com o homólogo russo, Vladimir Putin.
Durante a visita a Istambul, Mitsotakis irá também reunir-se com o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I.
A invasão da Ucrânia pela Rússia já causou centenas de mortos e levou mais de dois milhões de pessoas a fugir para países vizinhos.
A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas contra Moscovo.