Falando perante uma comissão do Congresso norte-americano, o tenente-general Scott Berrier, que dirige a Agência de Informações da Defesa dos Estados Unidos, precisou que esta estimativa aproximada deve ser encarada com prudência, pelo facto de ter sido elaborada a partir de informação de várias fontes.
Um raro balanço do Ministério da Defesa russo tinha dado conta, a 02 de março, de 498 militares russos mortos.
O diretor da CIA (Agência Central de Informações), William Burns, explicou na mesma audição perante o Congresso que a invasão russa da Ucrânia era o resultado de uma "convicção pessoal profunda" de Vladimir Putin, que "incubou durante muitos anos uma mistura explosiva de queixas e de ambição".
Burns considerou "provável" que o Presidente russo "redobre os esforços para tentar esmagar o exército ucraniano sem se preocupar com as vítimas civis".
Mas declarou-se também "absolutamente convencido" de que os ucranianos vão continuar a resistir com "eficácia e determinação".
Por sua vez, a mais alta responsável dos serviços secretos do Presidente norte-americano, Joe Biden, declarou hoje que os Estados Unidos acreditam que a Rússia subestimou a capacidade de resistência da Ucrânia antes de lançar uma invasão que causará provavelmente milhares de vítimas mortais russas.
A diretora dos Serviços Secretos Nacionais, Avril Haines, disse a um painel do Congresso que as autoridades norte-americanas pensam que o Presidente russo, Vladimir Putin, se sente "lesado" pelo fracasso da Rússia em subjugar a Ucrânia e que ele tem consciência de que não pode dar-se ao luxo de perder a guerra.
Mas o que Putin poderá considerar uma vitória pode mudar, devido aos custos cada vez maiores que o conflito está a ter para a Rússia, disse Haines.
Apesar do anúncio de Putin de que elevaria o nível de alerta da Rússia para armas nucleares, Haines afirmou que os Estados Unidos não têm observado mudanças incomuns na disposição das forças nucleares russas.
Segundo Avril Haines, "não é claro, nesta fase", se a Rússia irá tentar controlar todo o território da Ucrânia, o que exigiria mais recursos que os disponibilizados por Putin.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo os mais recentes dados da ONU, fez pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e causou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e financeiras a Moscovo.
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