"A que porta tenho que bater para o ter de volta?", questiona avó russa
O relato de alguém que não recebe notícias do neto desde o dia 23 de fevereiro.
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Mundo Rússia
Mães, avós, irmãs e namoradas têm manifestado ansiedade e tristeza pelos familiares que estão a combater no exército russo.
Quando Marina, nome fictício, não teve notícias do neto durante mais de uma semana, começou a fazer chamadas. A última notícia que tinha do neto foi a informar que estava na fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia e voltaria para casa em breve. Contudo, como nunca mais soube do seu paradeiro teme o pior.
"Liguei para a unidade militar dele e disseram-me que ele não tinha saído [da Rússia]. E perguntei: ‘É uma brincadeira? Ele contactou-me da Bielorrússia. Não sabe para onde os seus soldados vão?'. Desligaram o telefone e não falaram mais comigo", contou à BBC.
O neto de Marina era um recruta, mas foi convocado para o serviço militar durante um ano. A avó conta que nos primeiros dias de serviço do neto, unidades militares vieram à procura de recrutas para se tornarem soldados contratados e convenceram-no.
"Disseram-lhe que se podia reformar mais cedo, teria um salário fixo e aprenderia a conduzir". Tornou-se motorista de uma divisão de infantaria mecanizada, onde ganhava o suficiente para sobreviver na Rússia rural. O jovem comentou com a avó que esperava pagar o uniforme e a gasolina com esse salário. Embora tivesse alojamento gratuito em quartéis, alugou um sítio para ter aquecimento e água quente.
A meio de fevereiro disse à avó que se estava a mudar para a fronteira Ucrânia-Bielorrússia "para a proteger" e que tinha ouvido que voltariam logo para casa. Mas, desde 23 de fevereiro que não deu notícias. Marina diz ter a certeza de que o neto não sabia que seria enviado para o combate contra a Ucrânia.
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