A emissora pública britânica disse hoje que "considerou as implicações da nova legislação, bem como a necessidade urgente de relatar a partir do interior da Rússia" e "após cuidadosa reflexão" decidiu "retomar as reportagens em inglês" esta noite.
"Contaremos esta parte crucial da história de forma independente e imparcial, com respeito aos rígidos padrões editoriais da BBC, A segurança da nossa equipa na Rússia continua a ser a nossa prioridade número um", acrescentou a BBC.
Na sexta-feira, a BBC tinha anunciado a suspensão temporária do trabalho dos seus jornalistas na Rússia para garantir a sua "segurança", após as autoridades russas terem aumentado as pressões sobre os media, através de uma nova lei, na sequência da invasão da Ucrânia.
Várias media estrangeiros decidiram suspender as suas atividades depois da nova lei.
O Parlamento russo aprovou na sexta-feira uma lei que prevê pesadas sanções para a distribuição do que considera ser "informações falsas sobre o exército".
A Duma (câmara baixa) aprovou, por unanimidade, emendas ao código penal com fortes multas e penas de prisão, entre 10 a 15 anos, para a difusão de "informação falsa" sobre as ações das forças armadas.
Penas de prisão até cinco anos estão previstas para "ações públicas" que procurem desprestigiar o emprego das forças armadas russas na "defesa dos interesses da Rússia e seus cidadãos, na preservação da segurança e paz internacional". Os apelos a outros países para estabelecer sanções contra a Rússia passam a ser punidos com até três anos de prisão.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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