São já cerca de 1,2 milhões os ucranianos que chegaram à Polónia desde o início da invasão russa. São números da Guarda de Fronteira polaca - e que vão aumentar.
O vice-ministro do Interior da Polónia, Pawel Bossernaker, afirmou esta terça-feira que "as próximas semanas serão muito difíceis" devido à chegada de mais refugiados da Ucrânia.
Numa conferência de imprensa em Varsóvia, Bossernaker explicou que "os primeiros refugiados que chegaram à Polónia tinham para onde ir, como casas de familiares e amigos".
"Entretanto, agora haverá mais e mais pessoas" que não têm a quem recorrer "e que simplesmente querem escapar da guerra", sublinhou o vice-ministro polaco.
As fotos dos últimos dias mostram essa realidade. Pessoas apinhadas, carregadas de malas com aqueles que são os pertences que não puderam deixar para trás.
Na Polónia, dorme-se onde se pode. Um antigo supermercado da Tesco foi transformado num dormitório onde muitos descansam sem agora ouvir bombas.
Bossernaker sublinhou que "é um dever moral ajudar os refugiados" e que os ucranianos poderão obter refúgio também "nas pequenas cidades" de toda a Polónia, uma vez que as infraestruturas de ajuda humanitária das grandes cidades já estão a ter dificuldades para atender mais pessoas e os conselhos locais e os governos regionais "também têm uma grande oferta" de assistência.
Em toda a Polónia, multiplicam-se as iniciativas de empresas privadas e cidadãos para prestar assistência aos refugiados ucranianos. Por exemplo, o Google anunciou que transformará as suas instalações em Varsóvia num centro de receção e doará mais de 20 milhões de euros em ajuda humanitária.
O governo polaco alterou legislação para legalizar a permanência de ucranianos e dar-lhes acesso a serviços públicos, seguro médico e educação, além de permitir a criação de um fundo para ajudar as administrações locais que acolhem refugiados.
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