Zelensky diz que ataque a maternidade é "crime de guerra" e "genocídio"
O ataque da Força Aérea russa, esta quarta-feira, a um hospital pediátrico de Mariupol, cidade portuária estratégia no sul da Ucrânia, é "um crime de guerra", denunciou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Hoje é o dia que define tudo. Quem está de que lado. Bombas russas caíram sobre um hospital e uma maternidade em Mariupol (...) Os prédios estão destruídos. Nesta fase há 17 mortos. Os escombros estão a ser retirados", realçou o chefe de Estado da Ucrânia, através de um vídeo.
"Que tipo de país, a Rússia, tem medo de hospitais e maternidades e os destrói?", acrescentou, denunciando "atrocidades" infligidas a Mariupol, que está submetida a um bloqueio russo há mais de uma semana.
Pelo menos 17 adultos ficaram feridos no bombardeamento ao hospital pediátrico pelas forças russas, segundo um primeiro relatório de fonte oficial que adiantou não haver até agora registo de crianças entre as vítimas.
Volodymyr Zelensky apelou a uma união na condenação ao ataque: "Europeus! Ucranianos! Moradores de Mariupol! Hoje temos de nos unir condenar este crime de guerra da Rússia, que reflete todo o mal que os invasores fizeram ao nosso país".
"O bombardeio aéreo é a prova final. A prova de que está a acontecer um genocídio de ucranianos (...) Nós nunca cometemos e nunca teríamos cometido um crime de guerra como este nas cidades de Donetsk ou Lugansk ou em nenhuma região", assegurou, numa referência às duas cidades, no leste ucraniano, detidas por separatistas pró-Rússia desde 2014.
O bombardeamento de um hospital pelas forças russas provocou indignação na comunidade internacional, quer por vários países ocidentais, como Estados Unidos e Reino Unido, quer por organizações como a ONU.
Em Moscovo, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, referiu que "nacionalistas ucranianos" fizeram sair pacientes e funcionários do hospital para depois o usarem como base para disparos.
Cerca de 300.000 civis estão 'presos' há vários dias devido aos combates no porto estratégico de Mariupol, no mar de Azov, ficando privados de água, alimentos, eletricidade e ajuda humanitária.
O mais recente balanço divulgado pela Câmara de Mariupol aponta para 1.207 civis mortos após nove dias de cerco russo naquela localidade.
"Nove dias. Nove dias de bloqueio a Mariupol. Nove dias de bombardeamento contínuo da população civil. Nove dias, meio milhão de pessoas a vivendo sem eletricidade, água, aquecimento ou comunicações. Nove dias que a cidade está isolada do mundo exterior. Nove dias - 1.207 civis de Mariupol mortos. Nove dias de genocídio da população civil", salientou a autarquia através da rede social Telegram.
A presidência ucraniana confirmou estes números "provisórios" à agência France Presse (AFP).
Antes da invasão russa, a cidade portuária e fortemente industrial no mar de Azov tinha mais de 450.000 habitantes.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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