A grávida retirada de maca após o bombardeamento da maternidade de Mariupol, a cidade portuária no sudeste da Ucrânia, não sobreviveu, bem como o bebé, avança a Associated Press.
As imagens da mulher a ser levada à pressa para uma ambulância circularam pelo mundo (imagem acima), simbolizando o horror de um ataque aos mais inocentes.
Após o ataque ao hospital, a mulher foi vista por jornalistas da AP a acariciar a barriga ensanguentada, enquanto os socorristas a levavam pelos escombros da cidade sitiada.
A mulher foi levada à pressa para outro hospital, ainda mais próximo da linha de frente, onde os médicos tentaram mantê-la viva.
O cirurgião Timur Marin descreveu, à agência, que a pélvis da mulher estava esmagada, entre outros ferimentos. Os médicos fizeram o parto do bebé por cesariana, mas "não mostrou sinais de vida", disse o cirurgião.
Ainda fizeram "mais de 30 minutos de reanimação da mãe" mas sem "resultados", disse Marin, no sábado, acrescentando que "ambos morreram". Ao perceber que estava a perder o bebé terá pedido aos médicos que a deixassem morrer.
No caos após o ataque aéreo de quarta-feira, os médicos não tiveram tempo de obter o nome da mulher antes que o marido e pai chegassem para levar o corpo. Pelo menos alguém veio buscá-la, disseram – para que não acabasse nas valas comuns que têm sido cavadas para o número de vítimas mortais crescente em Mariupol.
Acusadas de crimes de guerra, as autoridades russas alegaram que a maternidade tinha sido tomada por extremistas ucranianos para usar como base e que nenhum paciente ou médico tinha sido deixado no interior.
A cidade está sem alimentos, água, energia ou aquecimento há mais de uma semana e a eletricidade dos geradores de emergência está reservada para as salas de cirurgia.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU. A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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