"Vamos lutar". Mulheres de cidade fronteiriça recusam abandonar Ucrânia
Se for necessário, ucranianas dizem que enviarão os filhos para a Roménia, a cerca de um quilómetro de Solotvyno, mas ficarão no país para lutar contra as forças russas.
© Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
Dezenas de mulheres que se refugiaram num antigo orfanato transformado em abrigo em Solotvyno, uma cidade fronteiriça na Ucrânia, recusam abandonar o país.
De acordo com a CNN, estas mulheres mantêm a resistência, mesmo tendo sido obrigadas a fugir das suas cidades, que foram sitiadas pelas tropas russas.
"Não quero deixar o meu marido sozinho na Ucrânia", diz Lilya Solodovnik sobre o companheiro, que até há três semanas era motorista. Solodovnik fugiu de Kharkiv, juntamente com a filha, após os bombardeamentos na cidade. "Isto, aqui, ainda é a Ucrânia. É a minha casa", disse à CNN.
Elena Sierosa, coordenadora do abrigo, afirma que as camas estão a ser colocadas juntas de forma a acomodar o maior número possível de pessoas.
A pouco mais de um quilómetro está a fronteira com a Roménia. "Acreditamos que não será bombardeada", disse a coordenadora do abrigo ao mesmo canal.
Mas, se for, diz Sierosa, estas mulheres enviarão os filhos pela rua principal de Solotvyno e pela ponte de madeira, por cima do rio Tisza, que liga a Ucrânia à Roménia, mas permanecerão.
"As crianças podem ser salvas do outro lado da fronteira, mas nós vamos ficar aqui. Vamos lutar", concluiu a mulher.
Mais de 4,8 milhões de ucranianos fugiram das suas casas desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de fevereiro, tendo 2,8 milhões deixado o país, avançou hoje o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).
Dos quase três milhões de refugiados ucranianos, 60% (1,7 milhões) foram para a Polónia, 255.000 chegaram à Hungria, 204.000 à Eslováquia, 131.000 à Rússia, 106.000 à Moldova, 84.000 à Roménia e 1.200 à Bielorrússia, de acordo com a informação atualizada diariamente pelo ACNUR.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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