"Foi um ataque aéreo de míssil de cruzeiro -- eu diria mais de duas dúzias de mísseis de cruzeiro -- que danificou pelo menos sete estruturas", referiu este alto funcionário do Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano, que falou aos jornalistas sob a condição de anonimato.
A mesma fonte, citada pela agência France Presse (AFP), acrescentou que, segundo apurou o Pentágono, "todos estes mísseis de cruzeiro terra-ar foram disparados por bombardeiros russos de longo alcance, desde o espaço aéreo russo e não a partir do espaço aéreo ucraniano".
"Para os defensores de uma zona de exclusão aérea, este é um exemplo do que uma zona de exclusão aérea não teria efeito", defendeu.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a instar a NATO a estabelecer esta medida sobre o seu território, situação que tem vindo a pedir desde o início da invasão russa.
"Se não encerrarem o nosso céu, é apenas uma questão de tempo até que mísseis russos caiam no vosso território, no território da NATO, nas casas dos cidadãos da NATO", afirmou Zelensky numa mensagem de vídeo transmitida pouco depois da meia-noite local (22:00 em Lisboa) e citada pela AFP.
A base militar de Yavoriv -- que se encontra a menos de 25 quilómetros da fronteira com a Polónia, membro da NATO -- foi bombardeada pela Rússia no domingo, tendo feito, segundo as autoridades ucranianas, pelo menos 35 mortos e 134 feridos.
Nos últimos anos, esta base serviu como campo de treino para as forças ucranianas, sob a supervisão de instrutores estrangeiros, principalmente norte-americanos e canadianos.
Esta infraestrutura em Yavoriv foi um dos principais centros usados para exercícios militares conjuntos entre as forças ucranianas e da Aliança Atlântica.
A mesma fonte do Pentágono negou que seja nesta base que esteja a chegar parte da ajuda militar entregue à Ucrânia pelos países ocidentais.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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