Num briefing feito na sala de guerra, na passada segunda-feira, os dois generais ucranianos responsáveis pela defesa de Kyiv, Gen Kryschenko e Gen Knyazev, contaram à BBC como as suas forças estão a lutar arduamente para manter a artilharia russa fora de alcance e explicaram porque acreditam que a cidade tem pontos fortes que farão toda a diferença contra as tropas russas.
Vários edifícios residenciais foram atingidos por mísseis russos, na noite desta terça-feira, provocando dois mortos e deixando ainda mais ucranianos sem abrigo. Contudo, o centro de Kyiv e muitos dos seus subúrbios ainda não foram atacados pelo exército russo, enquanto outras cidades ucranianas estão a ser fortemente bombardeadas.
Os generais responsáveis pela defesa de Kyiv admitem estar a lutar arduamente, mas com consciência de que a capital é vulnerável a mísseis. No entanto, segundo o general Kryschenko, a topografia e o terreno da cidade “estão do lado da Ucrânia”, visto que a cidade é grande, extensa e dividida por rios - não só o rio Dnieper, como os seus afluentes.
"É difícil defender, por um lado, já que é muito grande", confessou, refletindo: "Mas, por outro, isso é uma vantagem. Os rios e as pontes estão nas proximidades da cidade. As nossas tropas estão a construir defesas e fortificações”. Kryschenko explicou que “ao redor da cidade há vários rios que desaguam no Dnieper e há muitos pântanos, o que significa que a área não é adequada para o movimento de tropas em grande escala.
O general Kryschenko, que estava a utilizar o mesmo tipo de roupa informal verde militar que o presidente ucraniano, também transparecia o otimismo de Zelensky. Apontou ainda outra vantagem, o facto de Kyiv ser uma cidade industrial, com oficinas e fábricas que se reaproveitaram para produzir itens necessários para as fortificações.
Por fim, os generais explicaram que atacaram e param o movimento de duas grandes frentes, uma vinda de leste e outra do noroeste, que incluía a coluna de 64 quilómetros de blindagem russa, atacada e forçada a dispersar-se, não sendo, de acordo com os generais ucranianos, mais uma ameaça.
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