Kremlin quer "compromisso" de Ucrânia desmilitarizada, mas Kyiv rejeita

O porta-voz do Kremlin deu os exemplos da Áustria e da Suécia, mas a Ucrânia rejeitou a sugestão.

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Sara Gouveia com Lusa
16/03/2022 11:39 ‧ 16/03/2022 por Sara Gouveia com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Uma Ucrânia desmilitarizada como a Áustria ou a Suécia poderia ser visto como um "compromisso" nas negociações entre Moscovo e Kyiv. As afirmações foram feitas pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esta quarta-feira, acrescentando que esse status neutro  permitiria ao país manter as suas forças armadas.

"É uma variável que está a ser discutida e que pode realmente ser vista como um compromisso", referiu Peskov, à agência RIA, citada pela Reuters.

A Áustria e a Suécia são dois dos países europeus que têm os seus próprios exércitos, mas não são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

No entanto, segundo a AFP, a Ucrânia rejeitou a proposta de neutralidade, referindo que as negociações com Moscovo para o cessar-fogo devem focar-se em "garantias de segurança".

Face às declarações do lado russo, o chefe da delegação ucraniana, o conselheiro presidencial Mykhailo Podoliak, rejeitou um estatuto de neutralidade para a Ucrânia com base nos modelos da Áustria ou da Suécia.

"A Ucrânia encontra-se agora num estado de guerra direta com a Rússia. Portanto, o modelo só pode ser 'ucraniano'", disse Podoliak em comentários divulgados hoje pela Presidência ucraniana e citados pela agência francesa AFP. Podoliak disse também que a Ucrânia quer "garantias de segurança legalmente certificadas" contra a Rússia da parte de outros países, que não especificou.

A quarta ronda de negociações - que já foi interrompida por duas vezes- continua hoje. A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 691 civis e feriu mais de 1.140, incluindo algumas dezenas de crianças, além de provocar a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, três milhões das quais para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Leia Também: Rússia nega ter pedido apoio militar à China

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