Os meios de comunicação social estatais iranianos declararam que o Reino Unido "liquidou uma dívida muito antiga 530 milhões de dólares com Teerão".
A agência de notícias semioficial do Irão Fars sugeriu, mais cedo, que a mulher, Nazanin Zaghari-Ratcliffe, teria sido libertada depois de o Governo britânico ter pagado ao Irão os 530 milhões de dólares.
Antes da Revolução Islâmica de 1979, o falecido Xá iraniano Mohammad Reza Pahlavi pagou a quantia, de cerca de 400 milhões de libras esterlinas (475,5 milhões de euros), por tanques Chieftain que nunca foram entregues ao seu país.
Nazanin Zaghari-Ratcliffe "foi agora entregue ao Ggoverno do Reino Unido depois de cumprir uma sentença de seis anos", afirmou ainda o canal IRIB no seu portal na internet.
Por outro lado, o meio de comunicação iraniano de língua inglesa Press TV divulgou que outro cidadão irano-britânico, Anoush Ashoori, foi autorizado a deslocar-se para o aeroporto com Zaghari-Ratcliffe.
Ashoori foi detido em Teerão em agosto de 2017 e posteriormente condenado a 12 anos de prisão por alegadas ligações com o serviço de inteligência israelita Mossad, situação que nega.
Hoje, mais cedo, a deputada britânica Tulip Siddiq declarou que Nazanin Zaghari-Ratcliffe estava a caminho do Reino Unido.
"Nazanin está no aeroporto de Teerão e a caminho de casa", escreveu Tulip Siddiq, parlamentar trabalhista do distrito eleitoral de Hampstead e Kilburn (norte de Londres), na rede social Twitter.
Segundo a deputada, o passaporte britânico foi devolvido a Nazanin Zaghari-Ratcliffe no fim de semana.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tinha confirmado antes que uma equipa estava em Teerão a negociar a libertação de Zaghari-Ratcliffe, que possui cidadania iraniana e britânica. Os comentários de Johnson sobre o caso foram feitos durante a visita que realiza ao Médio Oriente.
Gerente de projetos da Fundação Thomson Reuters, filial filantrópica da agência de notícias com o mesmo nome, Nazanin Zaghari-Ratcliffe foi presa em 2016 em Teerão, durante uma visita à sua família.
Foi acusada de conspirar para derrubar a República Islâmica, o que nega veementemente, e condenada a cinco anos de prisão.
Depois de cumprir a sua sentença, foi novamente condenada no final de abril a um ano de prisão por participar numa manifestação em frente da embaixada iraniana em Londres, em 2009.
Em outubro de 2021, Zaghari-Ratcliffe perdeu um recurso, o que levantou preocupações entre os seus familiares de um retorno iminente à prisão, de onde foi libertada com pulseira eletrónica - em regime de prisão domiciliária - em março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
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