Putin aplaudido por apoiantes? BBC conta que há quem tenha ido "obrigado"
O presidente da Rússia discursou, esta sexta-feira, em Moscovo, para assinalar oito anos da anexação da Crimeia, em frente a milhares de pessoas. Estudantes contaram à BBC que não sabiam para onde iam.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Muitas das pessoas que estiveram presentes no comício que se realizou esta sexta-feira em Moscovo e foi organizado pelo Kremlin para assinalar a anexação da Crimeia, terão sido obrigadas a ir, segundo a BBC.
A publicação britânica terá falado com "dezenas" de pessoas que estavam na fila antes de entrar, entre as quais um homem que trabalharia no metro. "[O funcionário] Disse-nos que ele e outros funcionários tinham sido forçados a estar presentes. 'Vou ficar aqui e um pouco e depois vou-me embora... Acho que a maioria das pessoas que estão aqui não apoiam a guerra. Eu não apoio", terá dito a um produtor da BBC, que partilhou as declarações no Twitter.
Para além desde funcionário, que terá sido obrigada pelo empregador, que pertence ao setor público, a ir ao comício, no qual milhares de pessoas estiveram presentes, a BBC também terá falado com alguns estudantes.
Segundo o produtor da BBC Will Vernon escreveu, aos estudantes terá sido dito que se quisessem um dia sem aulas só teriam que estar presentes num "concerto". Segundo os estudantes contaram à BBC, não sabiam de que evento se tratava.
O produtor da BBC conta ainda que, apesar de muitas das pessoas apoiarem o Kremlin, havia ainda as que escondiam as caras quando a equipa se apresentava para os questionar. "Muitos pareciam envergonhados em estar ali", escreveu.
🧵 This is the picture the Kremlin wants you to see: thousands of people who support President Putin and the "special military operation" in Ukraine, crammed into Luzhniki Stadium in Moscow. We went there today and talked to dozens of people who attended... 🧵 pic.twitter.com/RGgWL2fSej
— Will Vernon (@BBCWillVernon) March 18, 2022
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,2 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
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