Estas reuniões do presidente do CICV, Peter Maurer, "farão parte de um diálogo permanente" que a organização mantém com as partes neste conflito, que começou em 24 de fevereiro, disse um porta-voz do Comité, citado pela agência espanhola EFE.
Maurer esteve na Ucrânia na semana passada, onde discutiu com vários ministros como aumentar a resposta humanitária para a população, particularmente em áreas povoadas que estão dentro ou perto das linhas de combate.
Outra preocupação do CICV é obter 'luz verde' de ambas as partes para cumprir a sua missão de visitar prisioneiros de guerra e garantir que sejam tratados humanamente, como previsto na Convenção de Genebra que estabelece as regras mínimas a respeitar em tempos de guerra.
A organização participou recentemente na retirada de civis da cidade de Sumy (nordeste da Ucrânia) e ofereceu-se para agir como um facilitador - mas não como garante, uma vez que não faz parte do seu mandato - da evacuação de outras localidades, desde que as partes concordem em corredores seguros.
Mariupol, que está sob o cerco das forças russas, é a cidade de onde é mais urgente tirar os civis, que segundo relatos vindos de ucranianos ali retidos não têm praticamente comida nem água e vivem sem eletricidade ou aquecimento.
Durante a sua visita à Ucrânia, Maurer disse que essa é uma das prioridades humanitárias nesta guerra, bem como a proteção de infraestruturas civis essenciais, como hospitais, escolas e instalações de fornecimento de eletricidade e água.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou que 62 estruturas de saúde na Ucrânia sofreram ataques e que 15 pessoas foram mortas e outras 37 ficaram feridas nestes locais.
A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos quase mil civis e feriu cerca de 1.500, incluindo mais de 170 crianças, de acordo com as Nações Unidas.
Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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