"O que vemos hoje na Ucrânia é que os meus compatriotas olham para Mariupol e veem Varsóvia em 1944, quando Hitler e os nazis bombardeavam civis e edifícios. O exército russo está a comportar-se hoje da mesma maneira", denunciou Duda, numa conferência de imprensa em Sófia com o seu homólogo búlgaro, Rumen Radev.
Duda acusou os "dirigentes russos" de se comportarem como "Hitler e as SS (grupo paramilitar nazi) e os demais fascistas da Segunda Guerra Mundial" e disse esperar que os responsáveis por estes "crimes de guerra" respondam perante a justiça internacional.
"Trata-se de assassínios sem precedentes que o mundo livre nunca aceitará", acrescentou.
O chefe de Estado polaco elogiou o heroísmo da resistência ucraniana perante a "invasão brutal" das forças russas e sublinhou que a Ucrânia precisa de ajuda para vencer a "ambição imperialista" do Presidente russo, Vladimir Putin.
Por isso, afirmou esperar que a cimeira extraordinária de líderes da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) do próximo dia 24 de março defenda claramente a liberdade e a soberania da Ucrânia.
Duda e Radev debateram sobre a necessidade de libertar os respetivos países da "chantagem energética" da Rússia.
Nesse sentido, o Presidente búlgaro referiu a necessidade de construir oleodutos que liguem o sul da Europa, a partir da Grécia, aos países bálticos, através da Roménia e da Bulgária.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de março uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de dez milhões de pessoas, mais de 3,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 27.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo 174 crianças.
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