Gaza, 24 fev 2025 (Lusa) -- O grupo islamita Hamas, no poder em Gaza, anunciou hoje a detenção de um militante palestiniano em Jenin, no norte da Cisjordânia, pela Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), que controla pequenas áreas deste território.
O anúncio surge quando o Exército israelita realiza uma operação intensa da ANP na zona, que o movimento islamita Hamas descreveu como uma "transgressão perigosa (...) consistente com os crimes brutais da ocupação [israelita]" contra o povo palestiniano.
O detido é Mahmud Jabarin, membro do batalhão Jenin, que reúne várias milícias palestinianas.
"Este incidente não é o primeiro, uma vez que as autoridades já atacaram mulheres palestinianas na Cisjordânia, reprimiram muitos acontecimentos nacionais e populares como parte das suas crescentes violações políticas, além de atacarem jornalistas e prenderem alguns deles", refere um comunicado do Hamas.
O movimento islamita Hamas tem denunciado as detenções de militantes pela ANP, liderada pelo movimento secular Fatah.
Em 21 de janeiro, Israel lançou uma grande operação antiterrorista no campo de refugiados de Jenin, que custou a vida a dezenas de palestinianos, a maioria dos quais combatentes, mas também civis.
Pelo menos três menores (a mais nova é uma menina de 2 anos) foram mortos em ataques israelitas na região.
De acordo com dados do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), a operação israelita em Jenin, nos campos de refugiados de Tulkarem e Nur Shams, em Faraa e na cidade de Tamun (todos no norte da Cisjordânia) custou a vida a pelo menos 51 pessoas, sete das quais crianças.
A operação, apelidada de Muro de Ferro, ocorreu após uma operação da própria ANP no campo de refugiados contra as milícias.
Muitos palestinianos consideram esta operação como um gesto de cumplicidade com Israel para mostrar que a Autoridade Palestiniana poderá vir a assumir o controlo de Gaza no dia seguinte ao final da guerra, embora Israel afirme que nem o Hamas nem a ANP deveriam ter poder no enclave.
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