Esta operação começou na segunda-feira no posto de trânsito de migrantes na cidade de Tamanrasset, no sul da Argélia, de onde as forças de segurança argelinas expulsaram esses migrantes, que estiveram retidos em diferentes cidades do norte e sul daquele país do norte de África.
"A equipa técnica do consulado-geral está preparada para concluir os procedimentos de identificação e entrega dos visados. Este 14.º comboio vai partir de Tamanrasset para Agadez esta segunda-feira, 21 de março", lê-se numa nota que o consulado enviou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Níger.
A nota pedia às autoridades nigerinas um dispositivo de segurança para acompanhar o comboio de migrantes no seu território.
"O número exato e a lista de pessoas oficialmente registadas no 'site' serão comunicados posteriormente", indicava.
Esta é segunda fase da expulsão em massa de emigrantes nigerinos que se encontram na Argélia e que ocorre após a reabertura da fronteira terrestre com o Níger depois de ter sido encerrada há nove meses devido à pandemia da covid-19.
A reabertura dessas fronteiras, anunciada pelos chefes de Estado argelino, Abdelmadjid Tebboune, e nigerino, Mohamed Bazoum, visa facilitar "a exportação de produtos argelinos [...] e vice-versa".
No entanto, a representação da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Niamey lamentou que a reabertura dessas fronteiras tenha provocado "a expulsão de mais de 1.200 emigrantes da África Ocidental".
Segundo as estatísticas da ONU, dezenas de milhares de migrantes em situação ilegal já foram expulsos pela Argélia para o Níger desde 2014.
Um relatório da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) revelou que mais de 23.000 emigrantes foram expulsos em 2020, e, entre janeiro e abril de 2021, cerca de 4.370 pessoas foram expulsas pelas autoridades argelinas para "o ponto zero" no deserto perto da região de Agadez.
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