Representante ucraniana acusa russos de fazer cidade de Chernihiv refém
As declarações foram feitas após o anúncio de que um bombardeamento russo destruiu a ponte sob o rio Desna, que liga Chernihiv a Kyiv.
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Mundo Ucrânia/Rússia
Depois de o conselheiro do Ministério do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, ter revelado, esta quarta-feira, que as forças russas destruíram a ponte usada para a passagem de ajuda humanitária e a retirada de pessoas entre Chernihiv e Kyiv, a comissária de Direitos Humanos do Parlamento ucraniano, Lyudmyla Denisova, acusou a Rússia de fazer a população sua refém, denunciando a escassez de bens que se faz sentir na região.
“As [tropas russas] continuam a cometer crimes de guerra, tornando as populações das cidades ucranianas reféns”, acusou a responsável, numa publicação divulgada na sua página do Facebook.
Denisova revelou ainda que a cidade continua sem ligações à capital ucraniana, estando “sem eletricidade, água e aquecimento”. As reservas de gás estão também a esgotar-se, e as infraestruturas foram destruídas, complementou.
“Segundo os residentes, os invasores estão a compilar listas de civis para a ‘retirada’ para Lgov [cidade russa no estado de Kursk]. Os racistas, que cortaram as comunicações entre Chernihiv e a capital, transformaram os seus habitantes em reféns”, apontou.
Enumerando as ações russas noutros pontos da Ucrânia, Denisova apelou à comunidade internacional para que implemente “todas as sanções possíveis contra o estado terrorista da Federação Russa, de modo a colocar um ponto final na invasão militar da Ucrânia” e, assim, libertar todas as suas cidades e regiões.
Com uma população de cerca de 290 mil pessoas, Chernihiv está sob controlo russo há 12 dias.
Recorde-se que a Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, indica o organismo.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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