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Zelensky pede ajuda a França para pôr fim a "guerra contra a liberdade"

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje ao parlamento francês esperar que França ajude a Ucrânia a acabar com a "guerra contra a liberdade, igualdade e fraternidade" causada pela invasão russa e a aderir à União Europeia.

Zelensky pede ajuda a França para pôr fim a "guerra contra a liberdade"
Notícias ao Minuto

16:08 - 23/03/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"Esperamos de França, da vossa liderança (...), que ajude a restaurar a integridade territorial da Ucrânia", afirmou Zelensky, que se dirigia por videoconferência aos deputados e senadores excecionalmente reunidos para a ocasião.

O chefe de Estado ucraniano exortou também as empresas francesas implantadas na Rússia a pararem de apoiar "a máquina de guerra" russa e a abandonarem a Rússia, referindo como exemplos as marcas Renault, Auchan e Leroy Merlin.

"As empresas francesas devem abandonar o mercado russo. Renault, Auchan, Leroy Merlin e outras devem parar de ser as patrocinadoras da máquina de guerra da Rússia", sustentou, na declaração transmitida à Assembleia Nacional Francesa.

"Elas devem parar de financiar o assassínio de crianças e de mulheres, as violações...", insistiu, acrescentando que "todos devem lembrar-se de que os valores valem mais que os lucros".

A marca de bricolage Leroy Merlin, muito implantada na Rússia, o seu segundo mercado a seguir a França, conta com 36.000 empregados na Rússia, que trabalham em 107 hipermercados de 62 cidades.

Os empregados da filial ucraniana da Leroy Merlin pediram na segunda-feira que a marca cesse as suas atividades na Rússia, após o bombardeamento de uma loja do grupo em Kiev.

A cadeia de supermercados Auchan está também muito presente na grande distribuição na Rússia, onde explora 231 lojas, com um volume de negócios de 3,2 mil milhões de euros, ou seja, mais de 10% da sua atividade global.

Outras marcas internacionais emblemáticas, como a sueca Ikea e a cadeia de 'fast food' McDonald's, suspenderam já as suas operações na Rússia, em reação à invasão da Ucrânia.

A Rússia é também o segundo maior mercado do grupo automóvel Renault no mundo, a seguir à Europa. O fabricante francês está presente através do grupo AvtoVAZ, que interrompeu parte da sua produção em meados de março devido à falta de componentes, em consequência das sanções ocidentais impostas a Moscovo.

A Renault está ainda mais exposta por estar associada, na Rússia, ao grupo público russo Rostec, dirigido por Serguei Tchemezov, um aliado do Presidente russo, Vladimir Putin.

O grupo francês TotalEnergies, igualmente criticado pela sua continuação na Rússia, distanciou-se um pouco, na terça-feira, do país estratégico ao anunciar deixaria de comprar petróleo ou derivados russos, o mais tardar no fim do ano.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de março pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a maior e mais rápida crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 28.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 977 mortos e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças.

Leia Também: Zelensky pede reforma da ONU para evitar invasões como a da Rússia

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