Guterres manifestou "profundo desapontamento" com a decisão do Governo afegão e considerou que provoca "danos profundos" ao Afeganistão.
"A recusa da educação não só viola a igualdade de direitos das mulheres e crianças no acesso à educação, também compromete o futuro do país", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas numa declaração hoje divulgada.
"Insto as autoridades talibãs a abrirem as escolas para todos os alunos, sem mais demoras", acrescentou.
A ONU havia já expressado hoje "deceção e profunda frustração" por as autoridades afegãs terem proibido as meninas de voltar às escolas do ensino secundário, apesar de os talibãs se terem comprometido a deixar as raparigas estudarem.
"Partilho a profunda frustração e deceção das meninas e estudantes do ensino secundário afegão que, após seis meses de espera, foram impedidas de voltar à escola hoje", disse a alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, em comunicado.
Também a UNICEF se manifestou, exigindo que as raparigas do Afeganistão regressem às escolas, "sem mais atrasos".
Numa declaração datada de Nova Iorque, sede das Nações Unidas, a diretora executiva da agência da ONU para a infância, Catherine Russell, sublinhou que milhões de raparigas do ensino secundário acordaram hoje com esperança de voltarem às aulas, mas que não tardou muito até verem as esperanças "destruídas".
"A decisão das autoridades de atrasar o regresso à escola das raparigas do 7º ao 12º ano é um grande revés para as raparigas e para o seu futuro", lê-se na declaração.
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