Um novo vídeo mostra o interior do Teatro Dramático de Mariupol momentos após ter sido atingido por um bombardeamento russo, na semana passada. O ataque causou cerca de 300 mortes, segundo dados revelados esta sexta-feira pela Câmara Municipal da cidade portuária.
“Um bombardeamento atingiu o Teatro Dramático. Estávamos no primeiro andar e não temos ferimentos, mas poderão estar muitas pessoas debaixo dos escombros. Atingiu o centro do teatro. Onde as pessoas estavam a recolher água”, diz um residente atrás da câmara, citado pelo The Guardian.
As imagens, que pode ver acima, mostram os civis a descer as escadas do teatro, com crianças de colo, enquanto alguém explica o que se está a passar. Um outro vídeo, também partilhado pela conta MariupolNow na rede social Telegram, evidencia os estragos causados pelo ataque.
Recorde-se que, na passada quarta-feira, dia 16 de março, as forças russas bombardearam o Teatro Dramático de Mariupol, tendo as informações iniciais indicado que não haveria vítimas mortais. O edifício ficou reduzido a escombros, numa altura em que, de acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, estavam ali "refugiados centenas de civis inocentes".
O ataque gerou revolta internacional, depois de terem surgido imagens que mostravam que a palavra "crianças" tinha sido escrita no exterior do teatro, para alertar as forças russas sobre a sua presença no interior do edifício.
O dia de ontem, 24 de março, marcou um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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