A decisão, tomada pelo Conselho da CERN, ocorre duas semanas depois de a organização ter suspendido o estatuto de observador da Rússia e novas colaborações com o país e com as suas instituições na sequência da ofensiva militar contra a Ucrânia, membro-associado da CERN.
O Conselho decidiu ainda suspender a participação de investigadores russos e da Bielorrússia, aliado da Rússia, em comités científicos da CERN e cancelar eventos organizados conjuntamente pela CERN e instituições russas e bielorrussas.
A suspensão de novas colaborações científicas e o cancelamento de eventos abrange o Instituto Central de Investigações Nucleares, em Dubna, na Rússia, de acordo com um comunicado hoje divulgado pela CERN, que expressa a condenação dos 23 Estados-membros, incluindo Portugal, à invasão da Ucrânia e ao apoio manifestado por certas instituições científicas russas à ofensiva militar.
Com estas decisões, o Conselho da CERN pretende "demonstrar a sua solidariedade com o povo ucraniano e o seu compromisso com a ciência ao serviço da paz".
"A agressão de um país por outro país vai contra os valores que a organização defende", sublinha o comunicado do laboratório europeu de física de partículas, com sede em Genebra, na Suíça.
Criada em 1954, a CERN alberga o maior acelerador de partículas do mundo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
De acordo com as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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