"Como já sabem, e como nos ouviram dizer em várias ocasiões, não temos uma estratégia de mudança de regime na Rússia, nem em qualquer outro lugar", disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos em Jerusalém, onde participou numa cimeira com os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e Marrocos.
Biden e a Casa Branca "salientaram ontem à noite que o Presidente Putin simplesmente não pode ser autorizado a travar uma guerra ou envolver-se numa agressão contra a Ucrânia, ou em qualquer outro lugar", afirmou Blinken.
O secretário de Estado acrescentou que, "como em qualquer outro caso", uma mudança de regime é "responsabilidade dos russos".
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou no sábado em Varsóvia que o seu homólogo russo Vladimir Putin não deve permanecer no poder após ter desencadeado a invasão da Ucrânia.
"Por amor de Deus, esse homem não pode permanecer no poder", disse Biden durante um discurso no castelo real de Varsóvia.
A Casa Branca precisou pouco tempo depois que Biden não tinha pedido uma "mudança de regime" na Rússia.
Em resposta às declarações de Biden, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à Associated Press que "não depende do Presidente dos EUA e não depende dos americanos decidir quem fica no poder na Rússia".
"Só os russos, que votam para escolher o seu Presidente, podem decidir isso", acrescentou Peskov, considerando "impróprio que o Presidente dos Estados Unidos faça essas declarações".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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