No total, mais de 10 milhões de pessoas, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram que deixar as suas casas, quer seja passando a fronteira para encontrar refúgio em países vizinhos, quer deslocados no próprio país. A ONU estima que existam quase 6,5 milhões de deslocados internos.
Segundo a informação de hoje do 'site' do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)foram contabilizados 3.821.049 refugiados ucranianos, mais 48.450 pessoas do que no sábado.
Desde terça-feira, o número de pessoas que querem fugir da Ucrânia diminuiu de 100.000 pessoas por dia para 50.000 nos últimos dias.
A Europa não registava este fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.
Cerca de 90% dos refugiados que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), contabilizam-se entre os refugiados mais de 1,5 milhões de crianças.
De acordo com a contagem do ACNUR, na Polónia já entraram, desde o início do conflito, 2.267.103 pessoas oriundas da Ucrânia até sábado, enquanto a Roménia acolheu 586.942 pessoas até à mesma data.
De acordo com a agência da ONU para os refugiados, 381.395 pessoas entraram na Moldova até sábado, a Hungria já recebeu 349.107 ucranianos, a Eslováquia 272.012, para a Rússia seguiram quase 271.254 pessoas e para a Bielorrússia 6.341.
O ACNUR excluiu a contagem de outros países europeus e esclarece que, para os países que fazem fronteira com a Ucrânia e fazem parte do Espaço Schengen (Hungria, Polónia e Eslováquia), os números apresentados são aqueles que cruzaram a fronteira e entraram no país.
A organização estima que "um grande número de pessoas continuou sua jornada para outros países", no entanto, não contabiliza pessoas de países vizinhos que deixam a Ucrânia para voltar para casa.
Antes da invasão russa, mais de 37 milhões de pessoas viviam na Ucrânia nos territórios controlados por Kiev -- que não incluem a Crimeia (sul) anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas do leste do país sob controlo de separatistas pró-russos desde o mesmo ano.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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