"As recentes detenções de jornalistas e a pressão sobre os media têm aumentado. Hoje temos testemunhos que dão conta do encerramento de quatro rádios na província de Kandahar", disse Hujatullah Mujadidi, diretor da Associação Afegã de Jornalistas Independentes (AIJA), à agência noticiosa EFE.
A mesma fonte garantiu que foram detidos seis jornalistas das estações de rádio encerradas, e referiu que as ações dos talibãs "têm gerado inquietação nos meios de comunicação afegãos e preocupam a comunidade internacional".
Mujadidi condenou a recente decisão dos talibãs de proibirem as televisões afegãs de emitir conteúdos de cadeias internacionais, que, disse "levam a voz do povo afegão ao mundo, e a situação do mundo ao Afeganistão".
O Centro Afegão de Jornalistas já condenou o ato, que considerou "ilegal", e pediu que "seja respeitada a lei e libertados os jornalistas das rádios que foram detidos".
Na segunda-feira, a BBC pediu aos talibãs que revertam o que descreveu como a retirada das emissoras internacionais das antenas afegãs, indicando que os seus programas em "pashtun, persa e uzbeque foram retirados da antena no Afeganistão".
"Pedimos aos talibãs que revertam a sua decisão e permitam aos nossos parceiros difundirem os boletins de notícias da BBC nas suas ondas", afirmou Tarik Kafala, da BBC World, denunciando um "desenvolvimento preocupante neste período de incerteza e turbulência para o povo afegão".
Segundo um relatório divulgado em dezembro passado pelos Repórteres Sem Fronteiras, desde o regresso dos talibãs, em agosto de 2021, ao poder foram encerrados mais de 230 órgãos de comunicação e cerca de 6.400 jornalistas perderam o emprego.
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