EUA acusam Rússia de ter bloqueado observação da OSCE

Os EUA acusaram hoje a Rússia de bloquear a extensão da missão internacional que desde 2014 monitorizava o cumprimento do cessar-fogo no leste da Ucrânia e que este mês interrompeu os trabalhos por causa da invasão russa.

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© iStock/NeilLockhart

Lusa
31/03/2022 16:54 ‧ 31/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"É lamentável que a Federação Russa tenha bloqueado o consenso sobre a expansão do mandato da Missão Especial de Monitorização na Ucrânia", disse Michael Carpenter, embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) junto da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), num comunicado divulgado hoje.

Carpenter descreveu como "irresponsável e injustificável" a recusa da Rússia em estender o mandato da missão da OSCE, que expira hoje.

A missão da OSCE foi especialmente eficaz ao relatar as frequentes violações do cessar-fogo nas regiões de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, onde desde 2014 forças separatistas pró-Rússia enfrentaram o exército ucraniano.

A extensão do mandato requer o acordo de todos os 57 Estados membros da OSCE.

"Ninguém jamais esquecerá as ações da Federação Russa que nos trouxeram a este ponto: a busca por uma agressão não provocada e bárbara contra a Ucrânia", denunciou o diplomata norte-americano.

Carpenter disse ainda que, desde que a Rússia ocupou a região ucraniana da Crimeia, em 2014, a missão da OSCE "contribuiu para reduzir a tensão" naquela região.

No dia 07, por causa da invasão russa, foi completada a retirada de todos os inspetores internacionais, que suspenderam o envio dos seus relatórios diários.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Reino Unido recusa pagar gás russo em rublos

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