"É lamentável que a Federação Russa tenha bloqueado o consenso sobre a expansão do mandato da Missão Especial de Monitorização na Ucrânia", disse Michael Carpenter, embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) junto da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), num comunicado divulgado hoje.
Carpenter descreveu como "irresponsável e injustificável" a recusa da Rússia em estender o mandato da missão da OSCE, que expira hoje.
A missão da OSCE foi especialmente eficaz ao relatar as frequentes violações do cessar-fogo nas regiões de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, onde desde 2014 forças separatistas pró-Rússia enfrentaram o exército ucraniano.
A extensão do mandato requer o acordo de todos os 57 Estados membros da OSCE.
"Ninguém jamais esquecerá as ações da Federação Russa que nos trouxeram a este ponto: a busca por uma agressão não provocada e bárbara contra a Ucrânia", denunciou o diplomata norte-americano.
Carpenter disse ainda que, desde que a Rússia ocupou a região ucraniana da Crimeia, em 2014, a missão da OSCE "contribuiu para reduzir a tensão" naquela região.
No dia 07, por causa da invasão russa, foi completada a retirada de todos os inspetores internacionais, que suspenderam o envio dos seus relatórios diários.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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