As forças russas iniciaram a sua retirada de Chernobyl (norte) e "abandonaram" o aeroporto militar de Gostomel, a noroeste de Kyiv, mas "continuamos a pensar que é um reposicionamento", disse o funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos que pediu anonimato.
"Não temos absolutamente nenhuma indicação de esses militares estejam a voltar para casa ou estejam a abandonar de forma permanente os combates", indicou.
"O que continuamos a acreditar é que essas forças vão ser reequipadas e devolvidas à Ucrânia... para prosseguir a luta, de acordo com que pensamos ser o objetivo, (...) o leste", incluindo as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, no Donbass, acrescentou.
De acordo com a mesma fonte, "os ucranianos conhecem o território muito bem", recordando que já se passaram oito anos desde que um conflito latente opõe os separatistas às forças da Ucrânia naquela área.
"(...) Só porque eles [russos] estão a priorizar, a aumentar os seus números e a colocar mais energia, não significa que será fácil para eles", alertou.
"Isto pode pressagiar um conflito mais longo, mais prolongado", acrescentou.
O Pentágono disse hoje que chegaram meia dúzia de carregamentos de armas e outros apoios de segurança à Ucrânia, como parte do pacote de ajuda de 800 milhões de dólares (cerca de 723 milhões de euros) que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou em 16 de março.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, adiantou que as remessas incluíam armas antitanque Javelin, sistemas de mísseis antiaéreos Stinger, armaduras, suplementos médicos e outros materiais.
John Kirby lembrou ainda que os 100 drones armados Switchblade, que Joe Biden aprovou no âmbito do pacote, ainda não foram entregues.
Os cerca de 723 milhões de euros em assistência deverão ser entregues na totalidade em aproximadamente duas semanas. A assistência também inclui helicópteros Mi-17, armas pequenas, munições, veículos, sistemas de comunicações seguras e imagens de satélite e capacidade de análise.
John Kirby indicou ainda que as tropas norte-americanas não estão a treinar as ucranianas na Polónia, mas estão a agir como vínculos com os militares da Ucrânia que cruzam a fronteira para o território polaco para receberem assistência de segurança dos Estados Unidos.
A missão padrão de treino militar dos Estados Unidos que existia na Ucrânia há alguns anos foi suspensa pouco anos do início do conflito, acrescentou.
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